Serviço diferenciado é a chave do sucesso para as telecoms

celularAs companhias de telecomunicação que se diferenciarem no atendimento ao seu público-alvo irão mantê-los por um longo tempo. Essa é a principal conclusão de um estudo global realizado pela KPMG Internacional sobre o mercado móvel, que também aponta que o relacionamento com o consumidor apresenta uma grande variação entre os países. O relatório intitulado “Em busca de uma melhor experiência do cliente” agrupa as conclusões em cinco áreas e objetiva identificar as inovações, tendências e a boa prática nos canais de venda presenciais, centrais de atendimento e canais online, bem como a oferta de produtos. A pesquisa foi feita com 106 prestadoras de serviços móveis pré-pagos em 25 países, entre eles, o Brasil.

“As Operadoras Móveis Virtuais (MVNOs)    têm sido especialmente inteligentes na criação de uma experiência diferenciada para clientes de serviços pré-pagos. Notamos que a criação de um bom relacionamento pode fazer a diferença na conquista e na manutenção de um público fiel”, avalia Chris McLaren, sócio da área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG na Austrália.

Um dos itens analisados pela pesquisa foi o período de espera para atendimento na loja. Constatou-se que o tempo médio é de cinco minutos, sendo a demora mais longa observada nos Emirados Árabes e na Nova Zelândia. Prazos extremamente baixos foram registrados no Canadá, na Indonésia e na Nigéria. Foi visto ainda que 60% das operadoras pesquisadas usaram sistemas de filas para determinar as expectativas sobre tempos de espera. Como o uso do serviço móvel pré-pago tem a mais alta penetração na região Ásia-Pacífico, países como a China, Indonésia e Cingapura acabaram ocupando o primeiro, segundo e terceiro lugares, respectivamente, na experiência de cliente que utilizam atendimento presencial. Cem por cento das lojas pesquisadas nesses países tinham um serviço de recepcionista.

Já a experiência do cliente pelas centrais de atendimento é similar à dos pontos físicos: uma aversão a longos tempos de espera combinada com uma série aparentemente interminável de mensagens de voz. O tempo médio de espera depois de um cliente passar pela resposta interativa era de dois minutos. No entanto, o estudo citou casos de tempos de espera que chegavam  quase a 30 minutos.

Com relação à oferta de produtos, o levantamento mostra que é preciso que as operadoras ofereçam flexibilidade de planos aos clientes. Custos iniciais para novos clientes, eles variam expressivamente no mundo inteiro. Dependendo do país e da tecnologia de rede, os SIMs (chips com número telefônico) estavam disponíveis gratuitamente, enquanto em outros lugares, as operadoras exigiam a compra de um telefone, especialmente nos países com redes CDMA.

O levantamento cita ainda que a quantidade de opções disponíveis para a aquisição de um plano pré-pago está crescendo e ganhando popularidade, sendo mais abrangente no Quênia e Portugal. Por outro lado, os Estados Unidos e a Austrália, onde o serviço pré-pago ocupa apenas 23% do mercado total de comunicações móveis, não ofereciam essas opções mais avançadas.

A experiência online também foi um tema tratado no levantamento. Ironicamente, mesmo com a explosão dos smartphones, muitas prestadoras de serviços não estão tirando uma vantagem total da venda dos produtos e serviços online. Em geral, somente 45% das prestadoras de serviços vendiam serviços pré-pagos online, segundo o estudo. Além disso, há uma oportunidade significativa de melhoria para muitas operadoras no canal online, através de processos eram mais diretos com menos telas e campos de entrada de dados e com navegação mais fácil.

“Ao analisar o estudo é possível fazer três recomendações principais para as operadoras: criar e incorporar uma cultura centrada no cliente; entender como o cliente se sente durante todo o processo de compras ou atendimento; e usar as análises dos próprios clientes para melhorar a experiência deles durante o contato com a operadora”, afirma Diogo Eloi de Sousa, sócio da área de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações da KPMG no Brasil.

O estudo fez também uma comparação dos serviços oferecidos no Brasil com os outros 25 países pesquisados. Entre os itens questionados na pesquisa estão a presença de um atendente na loja (cerca de 60% oferecem este serviço); e o tempo médio de espera para atendimento após a gravação interativa (por volta de cinco minutos). Já com relação ao percentual global de vendas nos pontos físicos, o Brasil apareceu em 24º lugar. No que diz respeito à satisfação com o atendimento automático e o uso de mensagem interativa de voz, o  Brasil é citado no 22º lugar, à frente do Canadá e França. “Com uma população de quase 200 milhões de habitantes, o Brasil tem aproximadamente 266 milhões de linhas de celular, ou seja, mais de uma linha por habitante. Dessa forma, o atendimento em pontos físicos acaba se tornando um gargalo para as empresas, que devem buscar as melhores maneiras de fidelizar seu cliente”, conclui Diogo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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