77% das mulheres têm dificuldades para entender investimentos

mulheres - investimentosA visão de longo prazo e o reconhecimento da importância de fazer um bom planejamento financeiro são características comuns para grande parte das mulheres, mas muitas vezes a maior dificuldade é tirar isso do papel. Estudo inédito realizado com mil  mulheres de diferentes regiões do país pelo instituto de pesquisa online Opinion Box em parceria com o site Finanças Femininas apontou que a maioria das mulheres escolhe as piores opções de investimento.

De um modo geral, os dados mostram que o público feminino tem a preocupação com o futuro, mas ao mesmo tempo tem dificuldade de seguir à risca o planejamento que faz. Somado à falta de regularidade para juntar dinheiro, vem a escolha por opções de investimento com retorno pouco interessante,  como é o caso da poupança, ou os títulos de capitalização, que não devem nem ser considerados como um tipo de investimento.

De acordo com o levantamento, pelo menos 7 em cada 10 mulheres colocam dinheiro na caderneta de poupança (73,3%). Na sequência, aparecem 19,6% das entrevistadas dizendo que nunca investiram e outros 19,1% respondendo que aplicam o dinheiro nos títulos de capitalização. Esse perfil também condiz com outro dado relevante na pesquisa: pelo menos 7 em cada 10 mulheres têm dificuldade em entender as diversas formas de investimento (77%).

O estudo mostrou ainda que somente 1,5% das entrevistadas optou por investir em Tesouro Direto, uma aplicação de baixo risco tal qual a poupança, porém com retorno muito superior, mesmo com incidência do Imposto de Renda. Para se ter uma ideia, em abril deste ano a inflação acumulada em 12 meses (8,13%)  já é superior ao rendimento da poupança em um ano (6,93%), ou seja, a inflação já “comeu” todo o rendimento da poupança. No caso doTesouro Direto, existem papeis pré-fixados que permitem que a investidora tenha o mesmo rendimento da inflação, além de uma taxa pré-estabelecida, como é o caso do Tesouro IPCA (antiga NTN-B). Ou seja, ela não corre o risco de perder o poder de compra em caso de alta excessiva da inflação.

Muita gente deixa de fazer a opção pelo Tesouro Direto – ou por outras modalidades de investimentos conservadores – por falta de informação. Entre outras opções de renda fixa, menos de 2% das entrevistadas disseram investir em LCIs ou LCAs, bem como o CDB correspondeu a somente 5,9% das respostas.

Planejamento e vontade de aprender

A mudança do padrão apontado na pesquisa depende de basicamente dois fatores: interesse em aprender a investir e disciplina para guardar dinheiro. O primeiro passo está adiantado, mas o segundo ainda precisa de aprimoramento. O levantamento apontou que 63,6% das entrevistadas poupam dinheiro, contra 36,3% que disseram nunca ter dinheiro de sobra ao fim do mês. Entre as que conseguem incorporar na rotina o hábito de poupar, 48,1% não fazem isso com regularidade, enquanto 15,6% já estão em um patamar mais adiantado e conseguem guardar uma quantia estabelecida ao final de cada mês.

Questionadas sobre ter um planejamento financeiro, 4 em cada 10 mulheres (44,3%) disseram que têm, mas acham difícil segui-lo na prática. Outros 30% não possuem nenhum planejamento, enquanto 25,7% delas disseram ter um planejamento e sonhos bem definidos.

Essa variedade de comportamentos em relação ao planejamento financeiro pode ser justificada pela dificuldade existente em poupar dinheiro ao fim de cada mês. Sobre este assunto, 37,5% das entrevistadas disseram não conseguir guardar dinheiro todo mês. Outros 23,4% disseram conseguir, mas sem um valor fixo, enquanto outros 20,5% poupam menos de 10% do salário.

Se por um lado os dados mostram que existe uma grande dificuldade em fazer o dinheiro sobrar ao fim do mês, por outro a pesquisa mostra que as mulheres querem desmitificar o universo dos investimentos e querem aprender a ganhar mais dinheiro.

Questionadas sobre os principais interesses quanto a finanças pessoais, a maioria respondeu “aprender a ganhar mais dinheiro” (36,8%), seguido de “aprender a investir” (36,7%).

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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