Empresários curitibanos se encontram em prol do empreendedorismo social
Usualmente, para colocar suas forças em um negócio, os investidores consideram dois fatores: risco e rentabilidade. Porém, outro elemento está se tornando cada vez mais decisivo e mudando essa equação: o impacto socioambiental. Esse foi o tema do “Diálogo de Investidores”, evento que teve como anfitriões o Marins Bertoldi Advogados e a Rodhium e reuniu no Hotel Pestana em Curitiba nesta terça-feira (6), 50 empresários e executivos interessados em negócios sociais.
“Os olhos do mundo começaram a se voltar para os investimentos de impacto. Agora é uma tendência em crescimento, mas pode virar mainstream”, ressaltou James Marins, sócio-fundador do escritório Marins Bertoldi e fundador do Instituto Legado. O próprio caminho percorrido pelo escritório é prova disso, relembrou Marcelo Bertoldi, também sócio-fundador do Marins Bertoldi. “Quando abrimos o escritório, desenvolver uma atividade ética e com relevante capacidade técnica era suficiente. Hoje, também é preciso gerar um impacto positivo na sociedade”, avaliou.
Um dos destaques do evento foi a presença de Cláudio Maes, economista da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele faz parte do Laboratório de Inovação Financeira, que fomenta o empreendedorismo por meio de novas alternativas de investimento e financiamento, com a participação de representantes do Banco Central, de instituições financeiras e de outros agentes relevantes do mercado.
De acordo com Maes, um dos objetivos do laboratório, que também conta com a participação da advogada Rachel Sampaio, do escritório Marins Bertoldi, é encontrar métodos para transformar impacto social em valor monetário.
Outro debatedor no evento foi Alexandre Lindenbojm, fundador da Wright Capital Wealth Management, gestora independente de patrimônio de famílias, indivíduos e instituições que buscam, além da rentabilidade, a transformação social e ambiental por meio de seus investimentos. Ele detalhou que, se apenas 1% do valor atualmente aplicado em produtos de renda fixa no Brasil fosse destinado para os investimentos de impacto, haveria um capital disponível para alocação de aproximadamente R$ 1,4 bilhões.
Já Fernando Simões, sócio-diretor da Bemtevi Investimento Social, defendeu que a sociedade está migrando da era da competição para a era da colaboração. “Não devemos esquecer que o dinheiro não é um fim, mas sim um meio para atender as necessidades da sociedade. Hoje, as lideranças inspiradoras são as pessoas que geram impacto social relevante na sociedade”, disse. O dançarino e coreógrafo, Octávio Nassur, explicou de que forma capta recursos e desenvolve eventos e projetos artísticos que transformam a vida das pessoas, como o FIH2, Festival Internacional de Hip Hop.