Brasil lidera a melhora do clima econômico na América Latina

Brasil lidera a melhora do clima econômico na América Latina

Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico (ICE) da América Latina — elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV — avançou pelo segundo trimestre consecutivo ao passar de 10,7 pontos negativos para 9,1 pontos negativos entre outubro de 2018 e janeiro de 2019, embora se mantenha na zona desfavorável. A melhora foi influenciada pela alta do Indicador das Expectativas (IE), que passou de 21,6 pontos para 25 pontos no mesmo período. O Indicador da Situação Atual (ISA) apresentou ligeira recuperação, mas permanece negativo e muito próximo ao nível de outubro de 2018 — uma diferença de apenas 0,3 ponto.

Ressalta-se que a melhora do ICE da América Latina foi liderada pelos resultados da Sondagem relativas ao Brasil. Como veremos na seção sobre os resultados dos países selecionados, o Brasil foi um dos poucos a registrar melhora no ICE nas duas últimas sondagens. O ICE do Brasil avançou de 33,9 pontos negativos em outubro de 2018 para 3,6 pontos positivos em janeiro de 2019. Essa recuperação é explicada pelo aumento de 240% do indicador de expectativas, de 25,9 para 88 pontos no período.

No mundo, o Índice de Clima Econômico (ICE) caiu e continua na zona desfavorável influenciado pela queda tanto dos indicadores que medem a situação atual quanto das expectativas. O ISA está na zona positiva, mas caiu de 12,2 pontos para 2,2 pontos entre as duas últimas sondagens. O IE, que já era desfavorável desde julho 2018, registrou uma nova queda e atinge em janeiro 2,7 pontos negativos.

Observa-se que ICE do mundo é sistematicamente melhor do que o da América Latina, desde abril de 2013, resultado que se inverteu na sondagem atual. Desde aquela data, o ICE da América Latina vem apresentando resultados negativos. A melhora do resultado em janeiro de 2019 sinaliza uma situação mais favorável, embora ancorada apenas no avanço das expectativas.

o ICE das maiores economias do mundo. Houve piora do ICE, com resultados negativos, nos Estados Unidos, União Europeia, França, Japão e Reino Unido. Na Alemanha, apesar do resultado positivo houve queda do indicador. Nos Estados Unidos, a avaliação da situação atual foi positiva, mas piorou em relação a outubro de 2018, enquanto às expectativas tiveram forte deterioração com o indicador passando de 14 pontos para 49,2 pontos. Na União Europeia, o cenário se repete. As grandes economias estão ainda experimentando uma conjuntura favorável, mas as incertezas quanto as decisões do governo estadunidense, os protestos na França, a discussão sobre o BREXIT e a guerra comercial com a China fazem com que as expectativas não sejam favoráveis.

Entre os BRICS, na China, segunda maior economia do mundo, o ICE caiu em consequência de uma piora das avaliações sobre a situação atual e expectativas, que se mantiveram em terreno negativo. O mesmo ocorre na África do Sul. Rússia, Índia e Brasil registram melhora na avaliação do clima econômico, mas apenas os dois últimos países estão na zona favorável do ICE. Observa-se que a Índia registra ICE positivos, desde outubro de 2013, o que sinaliza um período sustentado para um crescimento favorável.

Resultados para os países selecionados da América Latina

O ICE melhora na Argentina, Bolívia e Brasil entre as duas últimas sondagens, mas Argentina se mantém em nível desfavorável. Nos demais países, houve piora do clima econômico com destaque para o México, cujo resultado se deteriorou muito em relação a última sondagem. Além dele, Equador e Uruguai estão na zona de avaliação desfavorável. Chile, Colômbia, Paraguai e Peru registraram queda no ICE, mas permaneceram com avaliação favorável.

Registraram resultados positivos nas expectativas: quatro países (Argentina, Brasil, Bolívia e México); e, dois estão na zona neutra (Paraguai e Equador). Indicador de Situação Favorável foi relatado em três países (Bolívia, Chile e Paraguai).

Consideraram melhora no IE — Argentina, Brasil e Uruguai — e no ISA — Bolívia e Brasil. O Brasil foi o único país que melhorou a avaliação da situação atual e das expectativas. No entanto, como a situação atual continua na zona desfavorável, o resultado sinaliza uma possível recuperação do clima econômico em direção a uma fase de expansão. Como é relativamente consensual entre especialistas, espera-se os resultados positivos das reformas prometidas equilibrem a situação fiscal.

Por último teremos esse ano eleições na Argentina, Uruguai e Bolívia que poderão alterar o cenário de expectativas nesses países. Em adição, registra-se que toda a região acompanha o caso da Venezuela, que poderá também impactar as expectativas dos vizinhos geográficos, em especial.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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