O que deve mudar e o que se mantém no mercado de telefonia móvel este ano
A Teleco, consultoria especializada em telecomunicações, produziu um levantamento sobre os dados consolidados do mercado de telefonia móvel em 2018 e fez considerações sobre o que espera acontecer ao longo de 2019. Os destaques ficaram por conta do crescimento do 4G e M2M, bem como o aumento da base de usuários pós-pago em detrimento do pré-pago, que vem perdendo clientes, assim como o número total de celulares.
O estudo da consultoria começa seu foco no 4G, que ganhou 27 milhões de usuários em 2018, alcançando um total de 130 milhões, e representa 62,7% da base total de aparelhos ativos do Brasil, quase o dobro da soma dos aparelhos 3G (52 milhões) e 2G (25 milhões). A TIM é a operadora mais avançada neste processo com 65% de sua base de aparelhos sendo 4G, seguida pela Vivo (63%), Claro (61%) e Oi (60%).
De acordo com a Teleco, a base de aparelhos 4G deve continuar crescendo em 2019, mas as adições líquidas devem serem menores que os 27 milhões de 2018. A quantidade de aparelhos 3G e 2G deve continuar diminuindo, mas parte desses aparelhos contém chips que estão sendo desativados levando ao encolhimento da base de pré-pago.
O que também tem diminuído a base pré-pago é a migração para planos controles. Usuários mais ávidos têm trocado o crédito por contas de telefonia celular com valores fechados, levando 43,5% dos celulares a pertencerem ao segmento pós-pago. A operadora que mais captou o processo foi a Vivo, onde 55,2% de seus clientes são dessa base, seguida pela Claro (41,7%), TIM (36,2%) e Oi (27,8%).
O pós-pago deve manter seu crescimento devido a essa migração, mas também pelo crescimento de terminais M2M, que tiveram adições líquidas de 4,6 milhões no ano passado, quase o dobro de 2017 (2,5 milhões). Com isso, foram 19,8 milhões de máquinas ao fim de 2018.
A Teleco explica que as soluções de IoT têm impulsionado o crescimento dos terminais M2M especiais, que pagam Fistel reduzido, junto com os novos players no mercado de máquinas para pagamento com cartão, que têm contribuído para o crescimento dos terminais padrão. Este crescimento deve continuar acelerado em 2019 impulsionado pela entrada em operação de redes NB-IoT e CAT-M das principais operadoras, mas pode ser muito maior se for eliminado o pagamento de Fistel para terminais em soluções de IoT.
Retornando ao segmento pré-pago, a Teleco aponta que o Brasil terminou 2018 com 129,6 milhões de clientes pré-pagos, com perdas no ano de 19 milhões, superiores às de 2017 (16,2 milhões). As perdas no pré-pago ocorrem devido ao desligamento do 2º chip por parte dos usuários e a migração para os planos controle do pós-pago.
Os dois processos se aceleraram em 2018. A TIM iniciou 2018 apresentando perdas no pré-pago maiores que as demais operadoras, mas essas perdas se equilibraram no último trimestre. Em 2019, espera-se que a migração para o pós-pago continue crescendo, mas as perdas com o desligamento do 2º chip diminuam.
Já a base total de celulares vem encolhendo desde 2014, tendo perdido 51 milhões de celulares nos últimos quatro anos. Só em 2018, foram 7,3 milhões de linhas a menos. Como as perdas foram motivadas pelo abandono do 2º chip, a expectativa é que o movimento diminua em 2019 e que a base volte a crescer a partir de 2020, com o crescimento dos terminais M2M.