Suinocultores pedem socorro
A suinocultura catarinense que é a maior e mais avançada do país, gerando 65 mil empregos diretos e 140 mil indiretos; produz 660 mil toneladas de carne com o abate de 7 milhões de cabeças e obtém divisas da ordem de meio bilhão de dólares por ano em exportações, está ameaçada de inviabilização e falência econômica se não for alvo de medidas emergenciais da União federal.
O pedido de socorro foi feito nesta quinta-feira (5), em Chapecó, durante audiência pública interinstitucional convocada para a busca de uma solução para a crise da suinocultura. Acompanharam o evento cerca de 400 representantes do setor agropecuário barriga-verde.
A face mais aguda do problema está na redução das exportações e no excesso de produção que derrubaram os preços pagos aos criadores pelo peso do suíno vivo de R$ 2,50, no último trimestre de 2008, para R$ 1,60 neste mês. Agrava ainda mais o problema o encarecimento dos custos de produção verificados em 2008. Atualmente, cada suíno terminado para abate gera R$ 70 reais de prejuízo para o criador.
Os produtores e as entidades do agronegócio estão reivindicando medidas e recursos do orçamento da União para financiar os criadores. Pedem ações em três linhas: aumento do limite de financiamento; determinação do Banco Central aos bancos comerciais e estatais para aceitar os produtos e reprodutores suínos em garantia de financiamento; e medidas do governo para abertura dos mercados da China, Taiwan, Filipinas e Japão.
Outras medidas solicitadas são o crédito emergencial para os criadores manter os rebanhos no campo á base de R$ 150 por animais terminados e R$ 1 mil por matriz alojada; prorrogação das dívidas do suinocultores; liberação de milho da Conab e suspensão da cobrança do Funrural na venda de leitões e reprodutores.
O presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos, Waldomiro Ferreira Júnior, disse que o grande desafio é reduzir a produção em nível compatível com a demanda, para evitar excessos e o derretimento dos preços. Para exemplificar, mencionou que a carne suína de Santa Catarina chega ao mercado paulista mais barata que a produção local, pressionando para baixo o mercado de carnes de São Paulo e prejudicando os criadores dos dois Estados.