Crédito restrito e pagamento do 13º afetam finanças das empresas
Em novembro de 2009, a inadimplência das pessoas juídicas cresceu 9%, em relação a outubro, conforme revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas. Foi a maior alta verificada na variação mensal, desde março deste ano. O pagamento da primeira parcela do 13º salário, mesmo sendo uma despesa programada, determinou um forte impacto nas finanças das empresas de setores com dificuldades de gerar receitas. As exportadoras, que esbarram no fraco crescimento do mercado externo, são um exemplo. As empresas que ainda não recuperaram o acesso ao crédito, nos patamares pré-crise, como as micro e pequenas empresas, também foram impactadas, apontam os analistas da Serasa Experian.
Já na variação de novembro de 2009 sobre novembro de 2008, a inadimplência das empresas se manteve estável, com uma ligeira queda de 0,2%. Na relação acumulada, por sua vez, a inadimplência dos negócios avançou 21,7%. Mesmo registrando evoluções no acumulado cada vez menores desde julho, a inadimplência das pessoas juídicas está alta, reflexo ainda da crise econômica internacional, observam os técnicos.
De janeiro a novembro de 2009, o ranking de representatividade das dívidas das empresas foi liderado pelos títulos protestados, com 41,5% de participação no indicador. Nos onze meses de 2008, tal percentual foi de 41,8%.
Em seguida, com 38,7% de representação até novembro, estão os cheques sem fundos. No ano anterior, em igual peíodo, os cheques devolvidos representaram 39,1% da inadimplência das pessoas juídicas. Fecham o ranking as dívidas com bancos, com 19,7% de representatividade nos 11 meses de 2009, percentual maior que os 19,2% registrados de janeiro a novembro de 2008.Â
No acumulado de janeiro a novembro de 2009, o valor médio das dívidas com bancos foi de R$ 4.576,39, com 4,3% de elevação, quando comparado com o mesmo peíodo do ano anterior. Os títulos protestados, por sua vez, registraram nos onze meses de 2009 um valor médio de R$ 1.744,77, o que representou um crescimento de 11,9%, na relação sobre igual acumulado de 2008. Por fim, os cheques sem fundos tiveram, de janeiro a novembro deste ano, um valor médio de R$ 1.650,95, resultando em 25,1% de avanço, ante os 11 meses de 2008.