Para presidente da CNI eleição presidencial não afetará o mercado
As eleições presidenciais de 2010 não trarão riscos ao bom funcionamento do mercado, previu nesta terça-feira (15), o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto (foto), após a divulgação da edição especial do Informe Conjuntural com as previsões da entidade para a economia em 2009 e no próximo ano.
Sem mencionar os nomes da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do governador paulista José Serra, Monteiro Neto justificou sua convicção pela constatação de que os dois candidatos com maior chance eleitoral†apresentam razoável converênciaâ€Â na visão da política macroeconômica.
Os dois têm a mesma visão sobre a manutenção das metas de inflação, do cá¢mbio flutuante e de uma política fiscal equilibrada, principais fundamentos da política macro-econômica. Nenhum deles está propondo mudanças radicais. Não há razão, portanto, para temores do mercadoâ€, destacou o presidente da CNI.
Assinalou que não acontecerá no pleito de 2010 o que houve nas eleições presidenciais de 2002, quando a possibilidade da eleição do então candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva provocou especulações sobre fuga de capitais, elevou o cá¢mbio e o chamado Risco Brasil. Nem de longe as eleições de 2010 se aproximam do cenário das eleições de 2002â€, acrescentou.
Monteiro Neto disse ser consistente a previsão da CNI na edição especial do Informe Conjuntural de um crescimento da indústria de 7% em 2010. Fundamentou sua certeza na base deprimida de 2008, quando o produto industrial deverá decair 4,5%, e na manutenção da recuperação do setor verificada nos últimos meses. A indústria vai liderar o crescimento da economia no próximo anoâ€, assegurou.
O presidente da CNI voltou a defender, como fatores que podem impulsionar ainda mais o crescimento da economia, a redução do Custo Brasil, como os gargalos na infra-estrutura, a alta carga tributária, o elevado custo do crédito e a burocracia, e a solução para o acúmulo dos créditos tributários das empresas exportadoras, que levam á perda de competitividade.
Reafirmou a preocupação da indústria com a desvalorização cambial, que está reduzindo as exportações e fazendo o país perder mercados tradicionais, e propôs novamente a modernização da legislação cambial, para liberalizar a saída de dólares.