Empresários defendem redução da máquina pública
Para 81% do empresariado brasileiro, a elevada carga tributária afeta negativamente os negócios. Este é um dos destaques de pesquisa da Amcham realizada junto á sua base de associados com o apoio do Ibope. O estudo, além de mensurar o problema amplamente conhecido, também abriu espaço para identificar o que seria uma política fiscal mais adequada para o País. A maioria dos entrevistados (59%) defende redução da estrutura da máquina pública de modo a permitir uma queda gradual dos tributos para a sociedade, e outra parcela significativa, de 30%, recomenda corte imediato dos impostos sobre fabricação e circulação de produtos e serviços.
Questionados sobre o nível de despesas governamentais, os empresários se dividem: 44% advogam que o aumento dos gastos deve se limitar a 50% da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e outros 29%, que esteja atrelado ao mesmo nível de elevação do PIB; 13% sugerem que os dispêndios devem evoluir de acordo com a gestão do próprio governo; e 10% estimulam a manutenção do nível atual de despesas, independentemente do desempenho do PIB. A pesquisa integra o projeto Competitividade Brasil – Custos de Transação†e foi anunciada na abertura do segundo seminário do programa, que debateu a Agenda do destravamento dos investimentos: quando o micro vira macro†na sede da Amcham-São Paulo nesta quarta-feira (24).
Apesar de considerarem a diminuição da carga tributária determinante para ampliação da competitividade do Brasil, os entrevistados mostram-se céticos em relação a mudanças nesse sentido em curto e médio prazos. Para 69%, não haverá queda na arrecadação no próximo governo; outros 23% estão confiantes na possibilidade de menor carga na nova gestão; e apenas 8% responderam não saber ou não ter como avaliar essa questão.
Quanto á necessidade de reforma na Previdência Social, o que significaria na prática redução de gastos do governo, 52% sustentam a tese de que deve ser realizada imediatamente. Prazos de um a cinco anos para a concretização das modificações foram ponderados por 29% dos consultados.
Os empresários indicam que a atuação do Estado precisa evoluir em diversos quesitos para tornar o Brasil mais atrativo aos investimentos estrangeiros. A principal cítica é relativa á complexidade do sistema de impostos. De acordo como empresariado, os aspectos que mais têm inibido a entrada de recursos internacionais no País são organização tributária (para 47% dos entrevistados); insegurança juídica (para 19%) e falta da competência na gestão pública (para 17%).