País perde US$ 15 bi com a má gestão de obras públicas
O Brasil deixa de crescer o equivalente a US$ 15 bilhões ao ano por conta da má gestão da infraestrutura de obras públicas. Isso significa 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. O alerta é de Jaime Sunye Neto, presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), órgão que coordena o fórum Projeto País – Governança e Gestão – Desafios da Infraestrutura e Engenharia Brasileira, marcado para os dias 17 e 18 de junho, em Curitiba. Com a participação do Instituto de Engenharia de São Paulo e do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea), o objetivo é convergir estratégias e entregá-las formalmente aos candidatos á Presidência da República, como proposta para desatravancar o crescimento do país.
Para o coordenador da Congregação Nacional das Entidades Pioneiras da Engenharia (Conepe) e presidente do Instituto de Engenharia de São Paulo, Aloísio Barros Fagundes, um dos aspectos importantes a ser considerado é o de que o Brasil está emperrado pelos entraves constitucionais e muitas interferências dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário entre si. “Há promotores, por exemplo, que, em defesa do Executivo, abrem inquéritos civis que não dão em nada e acabam atrapalhando as suas próprias ações”, declarou. O tema deste seminário é tudo quanto se precisa discutir para que um dos três candidatos possa conduzir o país, pois a engenharia movimenta algo em torno de 25% da economia brasileira, afirma Fagundes. Segundo ele, cada cidadão brasileiro demanda investimentos anuais entre US$ 5 mil a US$ 8 mil em infraestrutura. “Estamos sempre na iminência de grandes apagões, então há que se investir maciçamente em obras”, destaca.
O evento é nacional e direcionado a entidades de engenharia e arquitetura. Ao final do seminário será redigido um documento que reunirá as estratégias propostas e que será apresentado aos presidenciáveis em Cuiabá (MT), em um congresso da categoria. A base das propostas tem seis fundamentos principais que levam em consideração as necessidades e expectativas dos cidadãos, acesso da população aos bens e serviços essenciais e a preservação dos ecossistemas. O controle social no planejamento, execução das obras e a integração internacional para o estabelecimento de padrões fundamentais também estão previstos na pauta de discussões.