Negócios sociais são rentáveis
Os negócios sociais no Brasil são rentáveis e têm um impacto social direto nas classes baixas, seja com produtos ou serviços de qualidade e preços acessíveis ou inserindo esse público na cadeia de valor. Essa é uma avaliação do polo Brasil da ANDE – Aspen Network of Development Entrepreneurs, representante de organizações que apoiam pequenas empresas em crescimento em 150 países, que, em parceria com a Fundação AVINA e a Potencia Ventures – instituição criada para fortalecer ecossistemas de negócios voltados para a redução da pobreza –, realizou uma pesquisa inédita que revela o perfil dos investidores e desenvolvedores que impulsionam as atividades desses negócios no Brasil. O mapeamento, executado pela Plano CDE, consultoria e instituto de pesquisa especializada no universo das classes C, D e E, identificou 40 desenvolvedores – instituições que fomentam iniciativas que atuam com temas de impacto estrutural – no País, sendo que 75% estão concentrados na região Sudeste, seguida pelas regiões Nordeste (10%) e Sul (8%).
O estudo mostra que 30% dos desenvolvedores apoiaram mais de 50 empresas ou organizações com foco na base da pirá¢mide. Outros 45% deram suporte a até 10 iniciativas destinadas ao público de baixa renda e 25% apoiaram de 11 a 55 empreendimentos. A pesquisa aponta que os negócios sociais que atuam com educação estão entre os que mais recebem apoio, 75%. Em segundo lugar aparecem as atividades de artesanato e meio ambiente (63%, cada), seguidos de cultura (60%), agricultura e tecnologia da informação (50%, cada) e saúde (48%).
Entre as formas de suporte aos empreendimentos sociais está a prestação de serviços. Palestras, cursos e treinamentos lideram essas atividades com 93%. Com 73%, aparece a prestação de serviços de orientação/consultoria estratégica e gestão e inclusão de redes de contato. A disponibilidade de suporte tecnológico representa 60% dos serviços oferecidos pelos desenvolvedores, seguida de uma assessoria em marketing (55%) e financeira (53%.
 O mapeamento identifica claramente a intenção de os desenvolvedores apoiarem os negócios de impacto social, mesmo que não seja seu foco de atuação. E se trata de um suporte essencial para o crescimento dos empreendimentos inclusivos, que com essa parceria conseguem ter acesso a um variado portfólio de serviços de apoioâ€, observa Rob Parkinson, coordenador do ANDE Polo Brasil. Parkinson salienta que mostra que nos últimos três anos os desenvolvedores contribuíram para o desenvolvimento de cerca de 250 empreendimentos sociais, com mais de 56% autossuficientes.