Livro relata acontecimentos históricos e a trajetória de empresário paranaense

A história do menino pobre e encapetado que passa por dpara o exército, é preso pela ditadura militar e acaba se tornando um dos empresários mais bem sucedidos de sua geração por si só já mereceria ser contada. Mas a biografia do empresário Valmor Weiss, que chega este mês á s livrarias, traz ainda uma análise cítica de um peíodo da história nacional que os jovens não conhecem, e os mais velhos começam a esquecer. Com o selo do Instituto Memória – organização dedicada ao resgate da identidade paranaense – o livro Valmor Weiss – o Prisioneiro da Cela 310”, escrito pelo jornalista Milton Ivan Heller, será lançado no dia 29 de novembro, á s 19 horas, em evento no tradicional Palacete dos Leões. Antes disso, haverá um pré-lançamento no dia 21, exclusivo para participantes da XXI Conferência Nacional dos Advogados, em Curitiba.

Foram dois anos de conversas, sempre aos sábados e domingos, até o jornalista Milton Ivan Heller reunir todo o material para o livro. Tive oportunidade de conhecer mais sobre a fase da ditadura e narrar os acontecimentos políticos desde aquela época até agora. E ainda o privilégio de contar a história de um amigo leal, que conheço há 50 anos”, revela o autor. Proprietário da empresa V. Weiss, um grande grupo que atua no setor de transportes, Valmor Weiss se diz um sujeito sortudo. Os que o conhecem concordam. Talvez por isso, seja no dia a dia de um bom humor imbatível.

Um menino pobre, de Rio do Sul (SC), que passou fome, andava descalço, mas não aceitou que as muitas dificuldades inibissem a alegria de viver. Foi ajudante de carroceiro, garçom e contínuo. Entrou para o exército, tornou-se sargento e acabou assinando uma coluna no jornal ášltima Hora, que apoiava o governo João Goulart e foi alvo de repressões. Por sua ligação com o ášltima Hora, aliado ao fato de ser vice-presidente da Associação dos Sargentos e Subtenentes, Weiss foi preso por um ano e meio após o Golpe de 1964. Ficou incomunicável a maior parte do tempo. Leu perto de dois mil livros. Os Miseráveis”, clássico de Victor Hugo, conseguiu decorar, lendo em voz alta para ouvir um som humano e manter a sanidade. Ao sair, passou por dificuldades. Abriu uma mercearia aos 29 anos. Tinha 34 cruzeiros no bolso. Comprei uma caixa de laranjas, uma de maçãos, cheiro verde, alface e muita banana… Vendi 48 cruzeiros, conseguindo um pequeno lucro e ainda sobrou mercadoria para o dia seguinte”, conta ele. O que veio depois foi trabalho e sucesso.

O grupo V. Weiss atua hoje em transporte de cargas e táxi aéreo. ဠfrente de sindicatos ligados aos transportadores, Weiss é um dos líderes empresariais do Paraná. O livro traz fotos de diversos momentos do empresário ao lado dos principais políticos brasileiros e conta também sua luta pela melhoria da infraestrutura rodoviária e aeroportuária paranaense. A briga pela construção de uma terceira pista no Aeroporto Afonso Pena já dura décadas.

Soma

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