Fórum Sul do Setor Têxtil e do Vestuário propõe redução do ICMS
Outra proposta é envolver São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais nesta discussão, uma vez que a proposta de unificação da alíquota de imposto sobre o setor acabaria com a guerra fiscal entre os estados, beneficiando o setor como um todo. O setor têxtil está deixando de ser reativo para ser proativo. Ao invés de aguardarmos uma medida para então responder a ela, estamos indo ao governo antes e levando nossa demandaâ€, disse o coordenador do Conselho Setorial da Indústria Têxtil da Fiep, Marcelo Surek.
Um dos argumentos para sensibilizar as autoridades competentes para a importá¢ncia desta medida seria a questão social, uma vez que se trata de um setor que gera 700 mil empregos apenas na região Sul. O setor emprega muita mão de obra feminina, que se reverte em complemento á renda familiar. Outro argumento é que a falta de apoio do governo levaria á desindustrialização e ao consequente desemprego, uma vez que as empresas nacionais encontram dificuldades para competir com os produtos importados. Nesse ponto, a diminuição da arrecadação indireta sobre os salários dos trabalhadores seria maior do que uma eventual desoneração do setor, que manteria os empregos e geraria competitividade.
As propostas tiveram como base um estudo desenvolvido pelo departamento econômico da Fiep, que traçou uma verdadeira radiografia do setor na região Sul. De uma maneira geral, os segmentos têxtil, vestuário e artefatos de couro vêm crescendo em número de estabelecimentos e de empregados nos três Estados, porém a produção não cresce tanto quanto o crescimento do varejo. Esse gap entre o crescimento da produção e o do varejo é o quanto nós deixamos de crescerâ€, observa Sérgio Pires, presidente da Cá¢mara de Desenvolvimento da Indústria Têxtil, Vestuário e Calçados da Fiesc. Segundo o economista Roberto Zurcher, da Fiep, hoje 6,69% da renda da população é destinada ao vestuário.
Para o diretor da Fiergs, Ervino Ivo Renner, presente no encontro, o principal avanço do Fórum foi reunir os sindicatos industriais em torno de um denominador comum, uma vez que o debate teve como base dados concretos do setor. Esta também foi a avaliação de Sérgio Pires, da Fiesc. Os Estados estão se organizando, as ideias estão se encaixando, por que temos uma discussão em cima de dadosâ€. Na opinião da presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivest), Luciana Bechara, o principal avanço do evento foi o alinhamento das propostas entre setores e estados diferentes. Apesar de ser uma cadeia grande, onde cada elo tem interesses próprios, estamos conseguindo um consensoâ€, afirmou. Assim também pensa o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Sudoeste do Paraná, Cláudio Latreille. A união é muito importante, fortalece bastante. Os primeiros encontros foram para alinhar os interesses, agora vamos para a açãoâ€, disse.