Vendas de máquinas para construção devem fechar 2012 com queda de 19%

Na linha amarela, a queda nas vendas é menor e está estimada em 3% em 2012 ante ao ano passado. Em 2011, esse segmento havia alcançado um recorde histórico, com mais de 30,5 mil equipamentos comercializados. Para este ano, a expectativa é que a quantidade de máquinas vendidas chegue a aproximadamente 29,7 mil. Esse recuo decorre do ritmo menor das obras de infraestrutura durante o ano. Os projetos em rodovias, ferrovias, nos portos e, também, na área de saneamento básico não aconteceram na intensidade que vinham ocorrendoâ€, explica Marques. A comercialização de motoniveladoras e rolos compactadores, por exemplo, deve cair 27% e 30% respectivamente neste ano em relação ao ano passado. Essas duas categorias de equipamentos são muito empregadas em obras rodoviárias.
O desempenho do setor no Brasil é superior ao que será obtido no exterior, cujas vendas de equipamentos de movimentação de terra devem apresentar um recuo médio de 9%. Isso mostra que, apesar do menor volume de equipamentos comercializados, o País continua sendo um mercado promissor. Em relação á s importações, que apresentavam aceleração em 2011, houve uma diminuição nesse ritmo ao longo de 2012, registrando um recuo de 14% na comparação do peíodo janeiro a agosto deste ano com igual peíodo de 2011.
O estudo da Sobratema mostra que as vendas de equipamentos para construção fabricados no Brasil se elevam de forma mais acelerada que os importados a partir de agosto. Os motivos: a entrada em vigor de uma política de crédito especial para máquinas do PSI (Programa de Sustentação do Investimento), administrado pelo BNDES, e a desvalorização cambial feita no fim do primeiro semestre. Esses dados projetam uma tendência de melhora nos últimos meses de 2012, sinalizando boas perspectivas para 2013, podendo chegar, inclusive, a um número recorde de vendas e crescimento de 13%.
Para a maioria dos fabricantes, importadores e usuários de equipamentos ouvidos para a elaboração do Estudo de Mercado, as expectativas em relação ao próximo ano apontam para um crescimento entre 5% e 20% nas vendas da linha amarela. Considerando todas as categorias de equipamentos, as projeções indicam uma evolução da ordem de 12% em relação aos resultados deste ano. A expectativa positiva de parte das lideranças do setor se deve, sobretudo, ao anúncio feito pelo Governo Federal, em meados deste ano, de várias medidas para estimular a economia, entre as quais um programa de concessões para a iniciativa privada em rodovias, ferrovias e outros projetos de infraestrutura, algumas na forma de parcerias público-privadas. O estudo ressalva que a confirmação das boas perspectivas dependerá de fatores que envolvem os demais indicadores, como andamento da economia em geral, política cambial, juros e efetivo andamento dos projetos de infraestrutura.
O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção também apresenta projeções para a venda de máquinas até 2017, cujo crescimento médio anual será de 10,42%. Até 2014, a taxa de evolução será maior em decorrência da retomada das obras do PAC e das possíveis concessões previstas. A partir de 2014, ano eleitoral, a estimativa de crescimento médio caiu para 8% até 2017.
Abrangendo os principais equipamentos da chamada linha amarela (terraplenagem e compactação), além de gruas, guindastes, compressores portáteis, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos, tratores agícolas e caminhões utilizados por construtoras, o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção é editado desde 2007. A compilação e análise dos dados conta com as consultorias econômicas do jornalista britá¢nico Brian Nicholson e do professor Rubens Sawaya, da PUC-SP. O estudo de mercado permite o dimensionamento da importá¢ncia econômica do setor e também das políticas que facilitam a aquisição de equipamentos modernos e eficientes, além de ser um instrumento útil de planejamento para as empresas do setor.