Cresce o interesse de empresas brasileiras para abertura de filial nos Estados Unidos

Com a vitória de Obama nas eleições e a promessa do presidente reeleito de que os Estados Unidos viverão uma nova era de prosperidade, cresce o interesse de empresas de todo o mundo a investir no disputado mercado americano. O Produto Interno Bruto (PIB) estimado norte americano varia entre 30 a 40% da economia mundial, e os investimentos estrangeiros representam quase 6% deste PIB. No caso de empresas brasileiras, ainda existem outros motivos muito convincentes para investir na América do Norte: a alta carga de impostos a que as companhias brasileiras são submetidas e a regulamentação imposta para transações de serviços estrangeiros.

Em vigor desde agosto, a Portaria 1965/2012, da Receita Federal e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior impõe mais controles eletrônicos nas transações comerciais entre os dois países. O objetivo da Portaria 1965 é obter estatísticas sobre as transações, e o entendimento da natureza  fiscal das transações que modifiquem patrimônio líquido, como por exemplo aquelas relacionadas com royalties e prestação de serviços”, explica Bruno Drummond, da consultoria Drummond CPA.

Bruno explica que, pelo fato dessas transações de serviços serem feitas em uma jurisdição estrangeira, mas remuneradas pela empresa brasileira, os impostos – IOF, INSS, PIS, IR, Cofins – serão retidos numa alíquota que poderá ter uma variação de 20 a 40%. A esse recolhimento será o custo do prestador de serviços localizado no exterior, fazendo com que prestação de serviço fique muito mais cara.  Isso dificulta a transferência de tecnologia para as empresas brasileiras em muitos casos, como por exemplo treinamentos, cursos, simpósios, consultorias, assessoria legal e outros serviços”, completa Bruno.

O consultor lembra que antes esses procedimentos comerciais eram pouco regulamentados. O controle eletrônico aumenta a percepção dos impostos devidos no Brasil e de quanto isto custa para as empresas locais que contratam serviços nos Estados Unidos”, afirma. Por isso, ainda segundo Bruno, as empresas brasileiras passaram a buscar alternativas, como a abertura de filiais na terra de Obama. A Portaria 1965 foi o empurrão que faltava nessa direção”, confirma Bruno, sócio-diretor da Drummond CPA, consultoria sediada em Boston e Miami, especializada na assessoria contábil, fiscal e de transações  entre os dois países.

Todas as semanas, a Drummond recebe pelo menos duas consultas de empresas brasileiras interessadas em saber qual o procedimento para abrir uma filial nos Estados Unidos. Bruno, que é brasileiro, acredita que o crescimento dessa demanda, hoje em torno de 35%, pode aumentar ainda mais nos próximos meses.

Soma

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