Calçadistas destacam a força da cocriação
Tendência mundial em inovação de produtos, a cocriação é um método que, embora ainda engatinhe no setor calçadista, vem chamando a atenção dos empresários. Prova disso é a ação Moda Co, plataforma de cocriação totalmente virtual criada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que tem como premissa aproximar talentos criativos das indústrias através do trabalho colaborativo.
Em fase de inscrições para empresas interessadas em lançar desafios para a comunidade brasileira de designers, a segunda edição do Moda Co terá premiação de R$ 1,8 mil por trabalho vencedor escolhido pelas empresas, e R$ 700 para o trabalho escolhido pela própria comunidade de designers cadastrada na plataforma. O consultor de Design Estratégico da Abicalçados, Dario Henke, explica que o processo é todo realizado através do site www.modaco.cc, onde serão lançados os desafios das empresas inscritas no início de junho.
Lá, mediante cadastro, que pode ser realizado através do perfil do Facebook, os designers postarão as respostas aos briefings passados pelas indústrias participantes. “O Moda Co é pioneiro no setor calçadista que, apesar de ainda ter certo receio acerca do trabalho de cocriação, vem, gradualmente, se engajando na ideia”, explica o consultor. Segundo Henke, muitas indústrias ainda creem que o desenvolvimento deve ser guardado a sete chaves e, com isso, acabando perdendo grandes ideias de produtos inovadores.
O projeto Moda Co nasceu no ano passado, com a participação da Bibi, Piccadilly, Pampili e Kidy. Naquela oportunidade foram distribuídos R$ 10 mil em premiações para os vencedores da plataforma, que contou com mais de mil designers inscritos. A diretora de Desenvolvimento da Piccadilly, Ana Carolina Grings, destaca que a experiência foi muito positiva. “Fomos surpreendidos com a quantidade de talentos que existem por aí”, aponta. Segundo ela, a qualidade das propostas dificultou a escolha por parte da empresa. “Foi até difícil a escolha pela qualidade do trabalho e nível de detalhamento técnico em alguns casos”, ressalta, acrescentando que os produtos propostos eram muito aderentes ao mercado.
Para a Bibi, a grande “sacada” do projeto foi apresentar jovens talentos à indústria, uma forma de arejar o setor calçadista. “Para a empresa, foi muito gratificante a troca de experiências proporcionada. Os projetos ainda não foram executados na íntegra, mas serviram de inspiração e novos olhares ao cotidiano”, conta a gerente de Estilo da marca, Rebeca Figur, ressaltando que a empresa está “ansiosa” para a edição 2016.
Para o gerente de Produtos da Kidy, André Henz, em um mercado consumidor cada vez mais concorrido, onde as grandes marcas precisam lançar constantemente produtos diferenciados, plataformas como o Moda Co proporcionam às industrias a possibilidade de encontrarem profissionais atualizados nas tendências e com muita vontade de apresentar seus trabalhos. “A Kidy ficou muito honrada em participar da primeira edição do Moda Co, pois acredita que a renovação dos profissionais da moda no Brasil só tem a fazer com que a moda nacional continue a ser reconhecida dentro e fora do nosso país como uma das mais importantes do mundo”, avalia.
A gestora da Pampili, Edilza Cavalcante, destaca que a iniciativa conectou novos talentos à indústria de calçados. “A experiência para a Pampili foi construtiva, pois nos trouxe olhares diferentes, inspirando projetos e ampliando nosso olhar sobre inovação”, comenta.
A Moda Co é uma plataforma digital de inovação aberta realizada pela Abicalçados, através do programa Brazilian Footwear. Nesta primeira fase, que se estende até o dia 16 de maio, estão abertas as inscrições para as empresas interessadas em lançar seus desafios.
Na plataforma www.modaco.cc as empresas postarão seus desafios e, a partir do dia 2 de junho, os mesmos serão lançados para a comunidade de designers. A expectativa é de ultrapassar os mais de mil inscritos na edição anterior do projeto. Cada empresa inscrita escolherá o melhor trabalho, que terá uma premiação de R$ 1,8 mil. A iniciativa prevê ainda a premiação “Comunidade”, na qual os designers inscritos votarão no melhor trabalho. O prêmio nesta categoria será de R$ 700, totalizando R$ 2,5 mil em premiações por empresa para os trabalhos vencedores.
