Com o crescimento da inadimplência, plataformas de negociação digital estão sendo cada vez mais utilizadas
O número de pessoas endividadas e inadimplentes continua aumentando. Só no primeiro semestre desse ano, a inadimplência cresceu 6,5% em todo País, atingindo mais de 63 milhões de pessoas, o que representa 42% da população adulta do País, de acordo com dados do SPC Brasil e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas. Agora quando se fala em endividamento, os números são ainda mais assustadores. No caso específico do Paraná, 90% das famílias estavam endividadas no mês passado, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio.
Vale lembrar que inadimplência e endividamento não são a mesma coisa. No endividamento, o consumidor possui a tendência de quitar suas dívidas, sem comprometimento da renda mensal que é utilizada para suprir suas necessidades básicas. Já no caso da inadimplência, as dívidas do consumidor são maiores do que o dinheiro que ele tem e, portanto, não consegue quitar seus débitos.
Diante do aumento da inadimplência, os canais de negociação entre credores e devedores também estão mudando e não se limitam mais a ligações telefônicas ou conversas com o gerente do banco. As plataformas de negociação digital têm sido cada vez mais usadas para intermediar propostas e recuperar créditos. Eu conversei agora há pouco com o diretor Comercial e de Negócios da fintech paranaense QuiteJá, o executivo, Luiz Henrique Garcia, e ele me explicou que a grande vantagem de uma plataforma digital é a facilidade e rapidez que o devedor consegue em uma negociação, que cabe dentro de sua capacidade de pagamento. Ou seja, com um simples clique é possível escolher o melhor momento e a melhor forma de parcelar as dívidas. Outros motivos que também têm contribuído para o aumento das negociações via plataformas digitais, é que o devedor pode utilizar o sistema fora do horário normal, pois o site está disponível 24 horas, e a negociação é 100% digital desde o momento do acesso até o recebimento do boleto, ao contrário do que ocorre em cobranças via call center, onde geralmente as relações com os atendentes são estressantes.
No mercado há dois anos, a QuiteJá tem em seu histórico 80 mil negociações bem-sucedidas, tendo recuperado R$ 32 milhões em créditos. Luiz Henrique me explicou também que na plataforma o inadimplente encontra opções adequadas à sua capacidade de pagamento para conseguir regularizar o crédito. E através de várias simulações, quem decide quando negociar é o próprio cliente. Outra coisa que deve ficar clara é que a fintech não é uma empresa de cobrança, mas sim um canal de negociação, que serve tanto para o credor quanto para o devedor”.
Para as empresas, a vantagem é o custo do serviço, que é muito inferior aos canais tradicionais de negociação. Eu perguntei ao diretor da QuiteJá sobre qual é o porcentual médio de desconto numa negociação de dívida, e ele me disse que depende da faixa de atraso, mas em alguns casos pode chegar até 90% do débito atualizado.
A plataforma digital pode ser acessada pelo endereço: http://quiteja.com.br/.