Empreender no Brasil é sonho de carreira de jovens universitários

Empreender no Brasil é sonho de carreira de jovens universitários

Nada de escritórios tradicionais, chefes individualistas e ambientes engessados. Grande parte dos jovens universitários da nova economia quer liderar projetos inovadores capazes de gerar impacto social na vida das pessoas. Em suma: desejam empreender em espaços abertos à criatividade e com novos referenciais de gestão.  É o caso dos estudantes com idades entre 18 e 25 anos que acabam de iniciar o Radar Empreenda do Santander Brasil, programa realizado em parceria com a empresa global de inovação corporativa The Bakery, com duração de seis meses e destinado a apoiar pré-empreendedores e universitários a expandirem seus negócios. Das mais de 1.600 inscrições recebidas, cerca de 85% foram de universitários. Dos 30 que compuseram a seleção final, 24 estão nos primeiros anos da faculdade.

Os jovens criarão do zero soluções baseadas nos desafios propostos pelo Santander, com todo o suporte e mentoria de profissionais experientes do mercado financeiro. “A Educação tem um poder colossal de transformar a sociedade. Investir nessa área e em programas como esse é fomentar a inovação entre os jovens e inseri-los na economia real. Ficamos surpreendidos positivamente na quantidade de talentos que existem entre os jovens brasileiros e participar do sucesso de alguns será extremamente compensador e inspirador”, afirma o head do Santander Universidades, Nicolás Vergara.

Bárbara Mariana da Silva Barros.

Bárbara Mariana da Silva Barros, 19 anos, cursa o segundo ano da faculdade de Administração Pública, no Rio de Janeiro. Sempre teve atração pelo mundo do empreendedorismo, cuja maior influência veio de um tio que a presenteou com o primeiro livro sobre o tema. No ano passado, Bárbara participou da competição de tecnologia para meninas Technovation Girls. “Me apaixonei de vez e surgiu a vontade de montar uma startup, mas não sabia como começar. Aí, surgiu o Radar”, diz.

Filha do meio de uma família humilde, Bárbara foi a primeira a ingressar em uma faculdade pública. “Meus pais tiveram uma vida difícil e minha mãe só conseguiu se formar depois de casada e com filhos. Então, eles sempre tiveram a preocupação de nos estimular a estudar e conquistar independência financeira”, frisa.

A experiência no Radar para Bárbara tem aberto portas. “O incentivo eu já tinha da minha família, mas faltava uma direção. O apoio de grandes empresas é fundamental para tirar todas as ideias do papel e muda a nossa visão de como funciona, de fato, o mundo dos negócios e das finanças”, argumenta Bárbara, que inclusive é investidora na Bolsa de Valores.

Inovação e transformação digital

De acordo com dados mais recentes do relatório Global Entrepreneurship Monitor, 2/3 dos estudantes universitários já encaram empreender como uma opção de carreira.  Para Marcone Siqueira, sócio e cofundador da The Bakery, o interesse de pessoas cada vez mais jovens pelo empreendedorismo significa que o país está com o pé no acelerador da transformação digital. “Mostra que essa nova geração tem acompanhado as oportunidades crescentes desse mercado. A juventude está ouvindo o que falamos sobre o potencial da inovação no Brasil e, se quisermos consolidar o país na vanguarda, precisamos incentivar esse diálogo na mídia, nas empresas, em casa, onde for possível”.

As gêmeas Carolina e Bruna Robledo (foto acima), de 19 anos, residentes de Tupã, no interior de São Paulo, por sua vez, estão no 5º semestre das faculdades de Matemática Aplicada e Computacional e Física Computacional, respectivamente. Ambas, selecionadas pelo programa, se apaixonaram pelov empreendedorismo já no ensino médio, quando participaram da mesma competição de Bárbara, em que desenvolveram aplicativos de educação com linguagem mais acessível para estudantes da rede pública de ensino, com foco em matemática.

“Nossa geração quer um ambiente mais moderno e livre para liderar. E a tendência atual é vermos cada vez mais pessoas empreendendo. As redes sociais mostraram que é possível começar seu negócio e divulgá-lo para milhões de pessoas, por exemplo”, explica Carolina, complementando que a pandemia tornou as coisas mais flexíveis, possibilitando a muitas pessoas criarem suas empresas do zero.

João Crescione.

João Crescione, de 20 anos, teve uma trajetória um pouco diferente. Cursando Ciências Biomédicas, em Ribeirão Preto, o desejo de empreender só surgiu nos últimos seis meses. João conta que, antes, se identificava muito pouco com esse universo. “Além de eu querer seguir uma carreira tradicional, eu tinha até certo preconceito. Tudo parecia muito estereotipado. É como se muitos empreendedores já nascessem direcionados, vindo de famílias empreendedoras e com condições financeiras para esse investimento. Eu vim de um background muito diferente. Minha família sempre quis que eu garantisse um bom emprego para me sustentar”.

A virada de chave aconteceu quando João cursou uma disciplina na faculdade sobre o tema. Embora tenha fortes críticas à forma pela qual o conteúdo foi passado, foi graças à experiência que ele resolveu buscar se aprofundar no tema. “Comecei a ler mais sobre o assunto por conta própria e me apaixonei. O que me atrai no empreendedorismo é a possibilidade de ser criativo, desde que isso tenha um impacto positivo na sociedade. Quero deixar minha marca no mundo, mudar vidas e sair das amarras do mercado tradicional”, afirma.

No Radar, ele conta que tem tido a chance de falar com pessoas inspiradoras e aprender coisas que não teria oportunidade através de outras iniciativas. “É difícil empreender no Brasil, mas é justamente por isso que eu quero ser um case de sucesso”.

A meta da jovem para daqui a alguns anos é estar à frente de uma startup unicórnio que tenha impacto social. “Sempre fiz trabalho voluntário e acho importante tentar retribuir para a comunidade e todas as pessoas que me ajudaram a crescer e chegar onde estou”.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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