Desafios e conquistas marcam o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia

Desafios e conquistas marcam o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia
Engenheiras do Lactec, Carolina Corrêa Durce, Signie Laureano França Santos e Débora Cintia Marcílio.

Anualmente, no dia 23 de junho, é celebrado o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. A data, criada pela Women’s Engineering Society (WES) do Reino Unido, tem como objetivo fortalecer o espaço que as engenheiras vêm conquistando na profissão, tradicionalmente ocupada por homens.

Embora ainda não seja tão expressiva, a presença das mulheres na engenharia tem sido cada vez mais constante. Uma pesquisa realizada em 2022 pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura (Confea), aponta que o percentual de mulheres engenheiras no Brasil corresponde a 19,3% (199.786 mulheres engenheiras) do total de 1.035.103 no país. Em 2018, a porcentagem era de 18%.

Os números mostram crescimento, mas a luta por mais visibilidade e igualdade de oportunidades ainda figura como desafios da profissão para as mulheres. Contrariando as estatísticas, estão mulheres como Carolina Corrêa Durce, Signie Laureano França Santos e Débora Cintia Marcílio. As pesquisadoras do centro de pesquisa e tecnologia, Lactec, superaram desafios e encontraram o seu espaço na engenharia.

Diversidade é essencial

Desbravar o vasto mundo desconhecido da física, da matemática e, principalmente, da área de elétrica foi o que direcionou Carolina Corrêa Durce para a Engenharia. “Além disso, estudar algo predominantemente masculino e dito como ‘difícil’ para a mulher me despertou muito cedo a injustiça na ideia de superioridade masculina, me dando a força e a gana necessárias para seguir esse caminho”, conta.

A engenheira, que atua na área de Sistemas Elétricos do Lactec, reforça que, mesmo com uma ascendente inserção da mulher na engenharia, ainda é preciso superar muitos desafios. “Já passei por inúmeras situações difíceis pelo fato de ser mulher, desde a universidade até o ambiente empresarial”.

Por outro lado, Carolina reforça que a diversidade é essencial. “A mulher na engenharia traz uma humanização do ambiente, das pessoas, dos projetos e das estratégias, algo que traz muito ganho”. Contudo, ela reforça que isso não pode ser interpretado como uma característica de nascença da mulher, e sim como resultado da experiência social, cultural, educacional e geracional do gênero feminino ao longo de centenas de anos.

“Na minha visão, um dos papéis da mulher na engenharia é romper os estereótipos de gênero construídos historicamente. É desbancar a percepção de que a mulher é física e biologicamente programada para tarefas relacionadas ao sentimental e não ao racional, habilidade ‘natural’ concebida ao homem”, enfatiza.

Investimento na formação

A pesquisadora do Lactec, Signie Laureano França Santos, sempre gostou de exatas e iniciou na profissão motivada pelo seu pai, que trabalhava em uma área correlata. Ela conta que as mulheres realmente são minoria nas faculdades e no mercado de trabalho e já presenciou colegas passarem por situações difíceis por conta disso.

Mesmo com o preconceito ainda muito presente, a pesquisadora, que trabalha com engenharia de alta tensão, salienta a importância do papel feminino na profissão. “Afinal, as mulheres são capazes de desempenhar papéis de muita relevância em todas as áreas, inclusive na engenharia”, aponta.

Para ela, um dos principais desafios para o crescimento da participação feminina é a formação de engenheiras. “A procura por cursos de engenharia por mulheres ainda é muito pequena. Provavelmente por questões culturais e sociais, elas acabam não se interessando ou sentem receio em procurar este tipo de formação. Este é um desafio a ser vencido pela sociedade, uma vez que a formação de mulheres engenheiras pode contribuir significativamente para a área, considerando suas habilidades e inteligência”, observa.

Comemorar as conquistas

A trajetória da pesquisadora e coordenadora de Projetos de P&D no Lactec, Débora Cintia Marcílio, na área de exatas começou aos 25 anos, já casada e com um filho pequeno. Apesar de concordar que se trata de um ambiente predominantemente masculino, ressalta que cada vez mais mulheres vêm assumindo cargos relevantes no mercado de trabalho.

“Os obstáculos ainda existem, mas cada vez que uma mulher assume um cargo de liderança, vibro muito com essa conquista. Eu sei que não é fácil conseguir visibilidade nesta área, porque precisamos comprovar a todo o momento que temos capacidade técnica para ocupar os espaços”, ressalta.

Com todos os desafios que enfrentou desde que entrou na faculdade, Débora comemora a sua trajetória até aqui. “Quando comecei a minha caminhada, não imaginava que chegaria onde cheguei. Tive muitas oportunidades de desenvolvimento e me sinto realizada por tudo o que conquistei”, conta.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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