Empresas e indústrias precisam entender seu papel nas mudanças climáticas

Empresas e indústrias precisam entender seu papel nas mudanças climáticas

Alterações não são reversíveis, mas companhias podem reduzir efeitos

Inverno mais quente em 60 anos no Brasil, registros de ciclones e tornados no Sul e a 5ª maior seca da história no Amazonas. Eventos meteorológicos extremos que acontecem diante das mudanças climáticas, que representam transformações significativas nos padrões de clima e temperatura do planeta ao longo do tempo. Como principal causa delas, a atividade humana.

Para William Padilha, engenheiro civil e diretor técnico da WEHRLE do Brasil, associada da AHK Paraná, não há como reverter de maneira imediata tais mudanças, mas ainda há possibilidade de um compromisso mundial para que sejam diminuídos esses efeitos, e permanece um desafio para os pesquisadores.

“Em alguns pontos, as mudanças que estamos vendo são piores do que se previa, pois não considera todas as interações com outros eventos climáticos, como o El Niño. Não há uma maneira simples de reverter isso em um primeiro momento, mas ainda há possibilidade de um compromisso mundial para que sejam minorados esses efeitos,” afirma.

Neste cenário, as indústrias têm papel fundamental no controle das mudanças climáticas, não só com o compromisso de gestão mais eficiente de recursos e processos, mas também com a responsabilidade de mitigar os efeitos de suas operações à sociedade, pautadas por uma governança forte, alinhada com os valores do negócio. E sim, há um risco direto para a indústria.

Riscos

Um exemplo concreto que podemos dar é o Water Risk Index, que é a mensuração feita para entender quais são os riscos ligados à água associados à operação de um negócio/empresa ou investimentos. Essa gestão envolve não apenas a falta do recurso, mas também sua disponibilidade em excesso.

“O que as mudanças climáticas trazem é mais adversidade climática e mais  riscos. Eu acredito que, com o tempo, a gente vai se acostumando a esses novos riscos, mas mapeá-los em uma empresa é muito importante, porque, sabendo que eles existem, a gente até começa a entender melhor os impactos do aquecimento global na nossa operação,” explica William.

O engenheiro ressalta a importância das empresas adotarem uma política de gestão ambiental, social, e de governança (ESG) que seja coerente com a responsabilidade que a empresa entende como sua diante da sociedade. Cada empresa tem um papel passivo, que é melhorar realmente suas operações, torná-las mais eficientes, emitir menos carbono, manejar os recursos hídricos, os resíduos de produção, entre outros.

“Estas políticas são parte do ESG, que é como a sustentabilidade é aplicada ao meio corporativo, e são variadas: cada empresa atua de modo específico, de acordo com as particularidades de cada setor. De qualquer maneira, elas saem do mesmo ponto em comum, que é o entendimento sobre suas responsabilidades sobre seus produtos e serviços, e, dentro dessa compreensão, tentam fazer um projeto que tenha impacto positivo nas mudanças climáticas. Isso é feito por meio de metodologia coerente com a organização”, conta o diretor técnico da WEHRLE.

A atenção às mudanças climáticas tem sido cada vez mais exigida das empresas. Na avaliação de William Padilha, a empresa pode usar a base dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis, da ONU, ou pode trabalhar de uma maneira mais corporativa, através do Global Report Initiative, que é o GRI. O mercado demanda ações alinhadas à mitigação das mudanças climáticas, e a maneira mais direta de fazer isso é o comprometimento ESG.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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