Guerra no Oriente Médio: impactos econômicos globais e no Brasil

Guerra no Oriente Médio: impactos econômicos globais e no Brasil

Instabilidade gera preocupação nos mercados financeiros

A instabilidade persistente no Oriente Médio continua gerando ondas de preocupação nos mercados financeiros ao redor do mundo. Ao todo, 1.830 pessoas morreram desde o ataque protagonizado pelo Hamas, grupo palestino que enfrenta Israel.

“Conflitos regionais, como os ocorridos recentemente, têm um potencial significativo para desestabilizar não apenas a região, mas também os mercados internacionais, afetando países que mantêm laços comerciais e financeiros com a área. Os efeitos dessa crise não passam despercebidos”, comenta Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial & Country Manager da Savel Capital Partners.

Impactos Econômicos Globais

Na última segunda-feira (09), as principais bolsas do mundo operaram em queda e o dólar atingiu R$ 5,17, enquanto os preços do petróleo subiram devido à cautela dos investidores diante da crise no Oriente Médio. Porém, nesta terça-feira (10), as bolsas de Nova York fecharam com ganhos, após dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicarem que a recente escalada dos juros dos Treasuries reduz a urgência de mais aperto monetário. Essas declarações jogaram temores sobre o conflito entre o grupo palestino Hamas e Israel ao segundo plano. Na Europa, as bolsas também operaram em alta nesta terça (10).

A região do Oriente Médio possui um papel crucial na economia global, sendo um dos maiores exportadores de petróleo do mundo. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) produz aproximadamente 40% de todo petróleo extraído no mundo e responde por 70% das exportações desse recurso em todo o globo.

Segundo Luciano Bravo, qualquer perturbação na produção ou distribuição de petróleo tem repercussões imediatas nos preços internacionais. Desde os recentes eventos, o preço do barril registrou um aumento considerável, provocando um aumento nos custos de produção em diversas indústrias ao redor do mundo. A estimativa feita pelo banco francês Société Générale é que o preço internacional do barril de petróleo alcance US$ 100 em 2024.

Países altamente dependentes do petróleo importado são os mais afetados, enfrentando pressões inflacionárias e uma potencial desaceleração econômica. Além disso, a incerteza geopolítica na região faz com que investidores e empresas hesitem em iniciar novos projetos ou expandir operações, resultando em uma menor injeção de capital em setores cruciais, como infraestrutura e tecnologia, explica Luciano.

Impactos no Brasil

O Brasil, como uma economia emergente, não está imune aos efeitos da crise no Oriente Médio. Entre janeiro e julho de 2023, o Brasil importou mais de 8 milhões de toneladas de petróleo a um preço total de US$ 5 bilhões. Os recentes aumentos nos preços podem pressionar a inflação e impactar os custos de produção em todos os setores.

Em recente entrevista, André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), afirmou que existe uma pressão no mercado para um possível aumento do diesel e da gasolina até o final do ano no Brasil. Para Braz, “há muita cautela neste momento. Para cada 1% de aumento da gasolina, o impacto na inflação ao consumidor é de 0,05 ponto percentual. Então, um aumento de 5% na bomba, por exemplo, representaria um acréscimo na inflação de 0,25 ponto. Isso é inflação na veia”, disse.

A crise no Oriente Médio não é um problema isolado, mas sim um tema que ressoa em todos os cantos do globo. “A incerteza global tende a reduzir os investimentos estrangeiros diretos, afetando a capacidade de crescimento econômico também no longo prazo”, diz Luciano Bravo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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