Ofertas no mercado de capitais chegam a R$ 463,7 bilhões em 2023

Ofertas no mercado de capitais chegam a R$ 463,7 bilhões em 2023

Retomada do mercado de capitais mostrou a resiliência e a maturidade

As emissões do mercado de capitais atingiram R$ 463,7 bilhões em 2023, com dezembro (R$ 74,5 bilhões) registrando o melhor desempenho mensal do ano, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O montante total teve uma queda de 14,9% na comparação com 2022.

“A retomada do mercado de capitais mostrou a resiliência e a maturidade do segmento. Ao longo de 2023, sobretudo a partir de junho, houve aumento no volume de papéis emitidos, maior diversificação de ativos e de investidores, além de maior liquidez no mercado secundário. A redução da taxa básica de juros também contribuiu para essa retomada, assim como o comportamento do câmbio e o desempenho da economia norte-americana, afastando o temor de uma recessão”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.

As debêntures lideraram as captações, com R$ 236,3 bilhões em ofertas, impulsionadas pela performance no último trimestre (R$ 94,3 bilhões), mas com uma redução de 12,7% no confronto com o ano anterior. O setor de energia elétrica ficou à frente, totalizando R$ 62,4 bilhões, seguido de transporte e logística (R$ 30,6 bilhões) e saneamento (R$ 28,4 bilhões). Na análise da destinação dos recursos, 30,9% foram para investimentos em infraestrutura, um patamar bem superior ao de anos anteriores – em 2022, havia sido 20,2%.

O prazo médio dos papéis ficou em 8,6 anos, acima do contabilizado no mesmo intervalo em 2022 (6,3 anos). Considerando apenas as debêntures incentivadas, esse tempo é ainda maior, de 14,3 anos, também com alongamento em relação ao que foi contabilizado em 2022 (12,7 anos).

Nos instrumentos de securitização, o CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) fechou o ano com R$ 43,1 bilhões, com crescimento de 2,1%. Já o resultado do CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) ficou praticamente estável (-0,5%), registrando R$ 47,8 bilhões. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram queda de 16,4%, chegando a R$ 38,7 bilhões.

Os produtos híbridos tiveram as maiores variações positivas no confronto com 2022. Os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) alcançaram R$ 29,9 bilhões e os Fiagros, R$ 8,8 bilhões, com expansão de 20,9% e 20,8%, respectivamente.

Nas ofertas públicas de produtos de renda fixa e híbridos, as pessoas físicas se destacaram entre os subscritores, respondendo por 20,1% do volume em 2023, quase dobrando o patamar registrado no ano anterior (11%). A maior fatia ficou com os participantes ligados à oferta (42,1%), seguidos dos fundos de investimento (27,1%).

A renda variável foi sustentada pelas operações de follow-on (oferta subsequente de ações), totalizando R$ 31 bilhões no período, com queda de 46% no confronto com 2022.

Já no mercado externo, o volume de emissões subiu 179%, atingindo US$ 15,5 bilhões, com as captações das empresas respondendo pela maior parte desse valor (US$ 12,5 bilhões).

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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