Faturamento supermercadista cresce dois dígitos em um ano
Setor alimentar brasileiro está em constante evolução
A estabilização da inflação foi uma aliada para que os resultados fossem positivos. É o que diz o relatório “Shopper Report”, de um estudo realizado pela Bnex, empresa especialista em captura de dados, análise preditiva e ferramentas de engajamento para o varejo, que apresentou recortes importantes sobre os hábitos de consumo dos 37 milhões de domicílios analisados por ela em todo o país.
Além disso, o “Shopper Report” revela ainda um aumento no gasto médio e no ticket médio, consolidando o potencial de expansão do setor supermercadista brasileiro.
Nos últimos anos, o Brasil testemunhou uma notável transição na sua pirâmide etária, impactando diretamente diversos setores econômicos. No contexto do setor supermercadista, essas mudanças apresentam desafios e oportunidades significativas. À medida que a taxa de crescimento populacional diminui, observa-se uma mudança na pirâmide etária, com um aumento expressivo na proporção de pessoas com mais de 60 anos. Esse grupo etário desempenha agora um papel fundamental no cenário supermercadista.
Evandro Alampi, Head de Inteligência da Bnex diz que “estamos vivendo uma verdadeira
revolução demográfica que impacta diretamente o varejo. Na Era da Transformação Demográfica, exploramos como as redes varejistas não apenas podem sobreviver, mas prosperar, adaptando-se às mudanças na composição etária da população”.
Existem alguns desafios pela frente. “Algumas áreas estão encolhendo, outras estão crescendo rápido. Isso pode atrapalhar um pouco o planejamento das lojas, mas também abre portas para inovações. Se a demanda está diminuindo em um lugar, que tal experimentar novos serviços ou formatos de loja?”, diz Evandro.
O que diz a pesquisa Bnex?
De modo geral, o faturamento do setor alimentar brasileiro teve uma alta de 11,85% em 2023, quando comparado com o mesmo período de 2022. Nos supermercados, o aumento foi de 11,38%, no hipermercado, 12,00% e no Cash & Carry 14,01%. Os dados são de uma pesquisa feita pela Bnex.
O Brasil tem 73 milhões de domicílios. Deste total, 37 milhões, espalhados por todos os estados, são mapeados pela Bnex.
A estabilização da inflação foi um dos fatores que contribuiu para a redução dos preços dos produtos essenciais da cesta básica no país. Com a inflação controlada, os supermercados puderam oferecer produtos a preços mais acessíveis.
A pesquisa mostra ainda que o gasto médio também aumentou de 2022 para 2023. No geral, o crescimento foi de 7,76%. Nos supermercados, 5,56%. Hipermercados 13,24% e Cash & Carry foi a categoria que registrou o maior aumento com 13,40% .
Quando o assunto é ticket médio, no geral, o crescimento foi de 0,89%. Os supermercados registraram alta de 0,27%, hipermercados, 0,39% e Cash & Carry 3,69%.
Quando se fala em clientes fidelizados e não fidelizados, o gráfico de faturamento fica assim:
Impacto da diminuição dos custos
Essa diminuição nos custos teve um impacto direto no hábito de consumo dos brasileiros.
A relação direta entre a estabilidade de preços e o aumento na quantidade de itens adquiridos demonstrou uma mudança notável nos hábitos de compra dos consumidores, incentivou a compra de itens adicionais, mas também gerou um aumento na frequência de visitas aos supermercados.
Além disso, a tendência de uma maior quantidade de tickets por compra reflete a disposição dos consumidores em explorar variedades e aproveitar ofertas, impulsionando não apenas a quantidade de produtos adquiridos, mas também o valor total gasto durante cada visita.
Apesar de um cenário mais estabilizado, essa trajetória positiva indica um cenário promissor para o setor no futuro, onde a adaptação constante às necessidades do consumidor continuará a ser crucial para o sucesso contínuo.
Evandro Alampi finaliza dizendo: “adaptar-se às diferenças locais não é apenas uma estratégia sábia, é uma jogada essencial para se destacar na competição. Em vez de um plano único para todos, vamos pensar em estratégias que façam sentido para cada realidade”.