Marco Legal de Garantias é essencial para o setor imobiliário
Com nova lei, mercado imobiliário deverá testemunhar transformações significativas do futuro
No desfecho de 2023, a Presidência da República sancionou a Lei 14.711/2023, conhecida como Marco Legal das Garantias, que estabeleceu novas regras para a penhora, hipoteca ou transferência de imóveis em pagamentos de dívidas. Agora, uma das possibilidades, por exemplo, é utilizar um mesmo bem como garantia em mais de um pedido de empréstimo. Junto ao crescimento recente do mercado imobiliário, a medida tem potencial para introduzir novas abordagens e facilitar a tomada de crédito no país.
Com o renascimento das vendas de imóveis e a trajetória descendente das taxas de juros, que marcaram o ano passado, o financiamento de imóveis tornou-se menos oneroso, incentivando a demanda por crédito e impulsionando a atividade. Isso cria uma dinâmica favorável para a realização de novos negócios, tanto para quem busca adquirir a casa própria quanto para investidores que veem no mercado imobiliário uma oportunidade atrativa.
No ano passado, empresas do setor imobiliário experimentaram um notável crescimento em seus valores de mercado. De acordo com uma análise realizada pela consultoria Elos Ayta, em 2023, o segmento viu um aumento de 64,6%, atingindo o montante total de R$ 45,7 bilhões na Bolsa. Os números refletem um avanço no setor que é quase três vezes superior ao índice Ibovespa, que teve um incremento de 22,3% ao longo do ano.
Para Sacha Aprile, CFA e diretor de Operações da Crediblue, esses resultados fortalecem a perspectiva de crescimento, e o Novo Marco deixa o cenário do setor ainda mais otimista. “Uma das principais razões para as elevadas taxas de juros em empréstimos no Brasil reside na baixa taxa de recuperação de créditos, mesmo após extensos períodos de negociação. O Novo Marco de Garantias surge como um importante transformador dessa dinâmica”, aponta.
Além disso, o Novo Marco de Garantias traz consigo um reforço na segurança para as transações imobiliárias. A implementação de mecanismos mais eficazes de garantias e proteção jurídica proporciona maior confiança aos agentes envolvidos, sejam compradores, vendedores, construtores ou instituições financeiras. Isso contribui para a redução de riscos e incertezas, criando um ambiente mais estável e propício para investimentos de longo prazo.
“O crédito imobiliário já tem inadimplência baixa, inferior a 1%, sendo a menor entre todas as modalidades de empréstimos. As taxas de juros também são as menores no sistema financeiro. Por isso, o Novo Marco de Garantias, ao estabelecer diretrizes claras e eficientes, fortalece a credibilidade do setor e estimula a participação de diversos agentes, gerando um ciclo virtuoso para a economia como um todo”, conclui o especialista.