Artesãos buscam maior capacitação

Artesãos buscam maior capacitação

No Dia do Artesão, levantamento do Sebrae indica que maioria do segmento que procura se especializar é formada por MEI

O Brasil comemora o Dia do Artesão nesta terça-feira (19). Grandes responsáveis por perpetuarem a cultura brasileira adiante, eles têm alcançado um volume cada vez maior de procura por capacitação. Levantamento do Sebrae indica que, de 2022 para 2023, a quantidade de artesãos que procuraram o Sebrae saltou de 3.909 para 5.217. Pelo menos 45% dos profissionais do setor estão na categoria de Microempreendedor Individual (MEI) ou microempresa (ME) e 20,9% estão ligados a uma associação e/ou cooperativa.

Para Durcelice Candida Mascêne, gestora do Artesanato no Sebrae Nacional, alguns fatores explicam a expansão do setor. “Eu entendo que é um novo cenário por conta da retomada econômica do país, que provocou uma migração de muitos negócios e empregos. Ou seja, a tendência é que as pessoas busquem como principal atividade o que antes não o era”, explica. Além disso, segundo ela, a melhora de índices da economia – como geração de empregos e alta do PIB – trouxeram mais oportunidades de consumo. “Em um mundo dominado pela tecnologia, é a chance de ter algo feito à mão, que encanta as pessoas, e proporciona um contato com produtos personalizados que remetem à cultura de um povo. O artesanato tem esse poder”, acrescenta.

É o que busca Marluce Martins Meira com o seu trabalho que utiliza a palha de milho. A matéria-prima – somada a sementes como a do pinhão e outros elementos aproveitados da natureza da região de Ponta Grossa, no Paraná – vira artigos únicos nas mãos da artesã. “Eu a transformo em várias coisas. Tem a gralha azul, que é um dos símbolos da cidade, junto com a araucária. Também produzimos as pombinhas, que estão na bandeira de Ponta Grossa. Além disso, ainda fazemos semijoias, como colares e brincos”, conta.

Marluce integra a Casa do Artesão, onde um grupo de profissionais recebe apoio do Sebrae e do governo local. Já participaram, inclusive, de cursos de vitrinismo, atendimento e de postura como comerciantes e empreendedoras. A gestora de Artesanato no Sebrae Nacional ressalta a necessidade de que os artesãos e artesãs busquem conhecimento.”O Sebrae, cada vez mais, atua com o artesanato por meio de um ciclo de intervenção, com a identificação das lideranças desses grupos, cooperativas, chegando até o mercado. Trabalhamos com temas como manejo, matéria-prima, redes sociais, embalagem, entre outros”complementa Durcelice Mascêne.

Gerador de riquezas, mas carente de políticas públicas

Preparar o empreendedor para que ele se destaque no mercado é a proposta do Sebrae para o artesanato brasileiro, segmento que ainda carece de ações que casem o saber ancestral de milhares de artesãs e artesãos com a eficiência na gestão de um negócio. Dados do “Diagnóstico do Artesanato Brasileiro e Planejamento Estratégico”, de 2021, mostram que apesar de o artesanato ser responsável por movimentar 3% do Produto Interno Bruno (PIB) nacional e R$ 100 bilhões por ano, ainda é uma atividade em situação vulnerável no Brasil e que demanda políticas públicas urgentes para a preservação desse saber ancestral.

Produzido pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais, com apoio do Sebrae e parceiros que atuam no setor, o estudo mapeou os desafios vividos por artesãs e artesãos de todos os estados do país e identificou que parcela significativa desses profissionais recebe menos de um salário-mínimo e não tem proteção previdenciária. A maioria são mulheres, com predominância de pretas e pardas.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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