Duas jovens lideram trabalho pioneiro em tecnologia
As irmãs Ana e Lúcia Mees comandam frentes diferentes de uma das maiores GovTechs do país.
Ampliar a presença feminina no mercado de tecnologia ainda é um desafio a ser superado no País. Menos de um terço dos postos de trabalho no setor são ocupados por mulheres, e menos ainda em posições de liderança. As engenheiras formadas pela Duke University, uma das instituições de ensino mais prestigiadas do mundo, Ana Luiza Mees e Lúcia Mees desafiam essas estatísticas, e hoje comandam diferentes frentes de uma das maiores empresas de tecnologia do estado. Com 24 e 26 anos, elas têm se dedicado à transformação digital das cidades com tecnologias emergentes como a inteligência artificial, construindo negócios e soluções para aumentar a eficiência e resultados da gestão pública.
Mestranda em Inteligência Artificial com ênfase na área da saúde na também norte-americana Johns Hopkins University, Ana, hoje com 24 anos, liderou o desenvolvimento da Dara. Apresentada ao mercado em 2023, a inteligência artificial é capaz de antecipar o prognóstico de doenças como AVC, diabetes e infartos e contribui com a melhoria da gestão em outras áreas. Pela análise de milhões de dados, não só prevê a evasão escolar como alerta o gestor público sobre as causas mais prováveis que afastam alunos do ensino. Também investiga informações de diferentes fontes para indicar ao gestor a localização ideal e a capacidade de atendimento necessária de diferentes estruturas do serviço público, como creches ou postos de saúde, prevendo a demanda e necessidades. Seu trabalho com IA não é recente, tendo iniciado ainda enquanto estudante na Duke University.
Lúcia, que hoje é Vice-Presidente na IPM, seguiu um caminho um pouco diferente, buscando formações em Economia e Ciência da Computação para complementar o conhecimento em Engenharia. Nos EUA, buscou desenvolver projetos orientados a estratégia e negócios, tendo passado pela área de inovação, produto e fusões e aquisições de gigantes globais. Hoje atua nas frentes de inovação, comunicação e gestão de pessoas da IPM, com foco na melhoria contínua do negócio. Em 2023, o resultado desse trabalho culminou na conquista do título de Campeã da Inovação à IPM, na posição singular de ser a única empresa de tecnologia para gestão pública no pódio, seguindo a metodologia do IXL Center, dos EUA.
Hoje, as irmãs são entusiastas da aplicação da tecnologia no setor público, em uma trajetória marcada pela busca da excelência e muita dedicação. “A IA pode contribuir com o aumento da eficiência do gasto público e da gestão, o que tem impacto direto na vida das pessoas. Ao saber que crianças abandonam a escola por dificuldades em uma determinada matéria, por exemplo, o administrador tem a oportunidade de buscar soluções. Nessa situação hipotética, investir no treinamento de professores ou em turmas de reforço pode ser uma boa alternativa”. Ela diz que há diversas outras possibilidades de ganhos de eficiência gerados pela IA, como em saúde, infraestrutura, planejamento e atendimento ao cidadão.
Por isso, Lúcia destaca que a IPM Sistemas está investindo R$ 30 milhões em infraestrutura especializada para inteligência artificial. Entre os equipamentos adquiridos está hardware de GPU, capaz de realizar processamento de informação com grande velocidade e adequado para acelerar a “aprendizagem” dos modelos de machine learning.