Paraná tem a melhor e mais diversificada agricultura do país, mas enfrenta um panorama desafiador

Paraná tem a melhor e mais diversificada agricultura do país, mas enfrenta um panorama desafiador

Autoridades públicas e líderes empresariais se reúnem para debater soluções que impulsionem o desenvolvimento do setor

O ano de 2024 trouxe consigo uma série de desafios para o agronegócio. Diante de fatores como uma safra mais curta, eventos climáticos extremos e a queda nos preços das commodities, aliados à crescente competitividade internacional, o agronegócio paranaense busca soluções eficazes para fortalecer sua posição de destaque no cenário nacional.

Nesse contexto, o LIDE Paraná reuniu Norberto Anacleto Ortigara, secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), e Francisco Matturro, presidente do LIDE Agronegócios e fundador do Agrishow, para apresentar o cenário atual, desafios e oportunidades e debater estratégias e oportunidades com líderes do setor.

“Somos o principal produtor de mel do Brasil. Nas proteínas, abatemos 10 milhões de frangos por dia, o que emprega cerca de 100 mil pessoas no chão de fábrica. Somos também o segundo maior produtor de suínos, setor que deve crescer 50% até o fim dessa década. Nós somos a terra do cooperativismo, que teve faturamento 202 bilhões no ano passado.”, compartilha o secretário Ortigara.

Porém, ele pondera. “É um setor muito diverso e que pulsa, mas 2024 está sendo um ano difícil por conta de uma combinação perversa de safra mais curta pelo clima hostil e quebra de preço. Tivemos momentos felizes em 2019, 2020 e 2021 com safras grandes e boa remuneração. Essa fase acabou. Nós estamos entrando numa fase de preços mais baixos. Como a gente não domina preço, precisamos dominar custo para fechar a conta. Por isso, quanto mais eficiente, assertivo e racional formos nas decisões, teremos mais possibilidades de ter agricultores com caixa para investir”.

Leite em crise

O Brasil é um dos maiores produtores de leite do mundo. Porém, nos últimos dois anos a importação do produto e seus derivados aumentou substancialmente. Segundo levantamento feito pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), só em fevereiro desse ano foram mais 183 milhões de litros foram trazidos.

“De um ano e meio pra cá fomos surpreendidos com a grande importação de leite, principalmente o em pó, especialmente do Mercusol, muito baratos. Quase de graça! Isso está quebrando nossa cadeia produtiva do leite especialmente formada por pequenos produtores. E a gente vem lutando durante esse período com Brasília para que endureça um pouco com o Mercosul. Temos que proteger nossas produções locais”, contesta Ortigara.

A Assembleia do Paraná, a partir da próxima semana, começa a discussão sobre uma lei que retira o leite importado da cesta básica para que o estado tribute 19,6% do leite em pó, protegendo assim parcialmente a produção leiteira.

Tecnologia necessária

A tecnologia se tornou uma aliada crucial na agricultura moderna, impulsionando o setor com soluções inovadoras que otimizam recursos e garantem a segurança alimentar. Através de ferramentas tecnológicas, os agricultores podem aumentar a produtividade, reduzir custos e garantir a sustentabilidade da produção, mesmo diante dos desafios crescentes.

Uma das inovações trazidas pela tecnologia é a agricultura de precisão. “Através de sensores, satélites e softwares, é possível mapear e localizar nos campos áreas com diferentes necessidades, o que permite aplicação precisa de pulverização. Antigamente, isso era feito em área total, o que gerava altos custos, além de comprometer o meio ambiente”, destaca Francisco Matturro.

O desafio está na falta de conectividade. Dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (2022) mostram que mais de 70% das propriedades rurais no país ainda permanecem offline, sem qualquer tipo de conexão com a internet.

União dos setores públicos e privados

A união entre os setores público e privado se configura como uma força motriz essencial para o desenvolvimento do Brasil. Através da colaboração e do diálogo construtivo, ambos os setores podem unir seus conhecimentos, recursos e expertise para superar desafios e impulsionar o crescimento.

“Encontros como esse são fundamentais para discutir o Brasil, para propor soluções para o país. Nós temos que sair daqui para praticar. O setor privado é de profunda importância nas discussões dos temas e encaminhamento de propostas”, afirma Matturro.

 “É de suma importância a gente estar alinhado com as oportunidades de negócios que a gente vê no mercado global com o potencial que a gente tem dentro do Paraná ainda para explorar que estão em volta de toda a cadeia do agronegócio. Esse setor é o principal responsável pela descentralização da economia paranaense. Junto com o agro, a gente desenvolve o comércio, as cidades, a prestação de serviços etc.”, explica Heloisa Garrett, presidente do LIDE Paraná.

Crédito da foto: Gilson Abreu

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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