Cinco regras para quem faz apostas esportivas proteger suas finanças

Cinco regras para quem faz apostas esportivas proteger suas finanças

É importante praticar hábitos de guardar e investir dinheiro, além de definir quantias e limites

Os sites de apostas esportivas viraram febre no Brasil e já provocam impacto na economia das famílias, inclusive naquelas que vivem com maior restrição financeira. Cada vez mais pessoas estão se interessando pelos jogos online, espalhadas em todas as classes sociais, até mesmo em camadas sem emprego formal ou que recebem benefícios do governo.

Uma pesquisa divulgada recentemente aponta que 17% dos beneficiários do Bolsa Família disseram ter apostado ou já terem feito apostas esportivas online e desse percentual, quase um terço (30%) relata gastar ou ter gastado mais de R$ 100 por mês.

O dinheiro desperdiçado com jogos e o endividamento aumentam a pobreza, dificultam o acesso à alimentação, saúde, educação, lazer, e prejudicam a qualidade de vida de muita gente. É natural que as pessoas queiram ganhar dinheiro fácil e muitas acabam se iludindo com o universo das apostas que, infelizmente, não as farão crescer financeiramente.

Carolina Ligocki.

“Os jogos que envolvem dinheiro, mexem com sentimentos bastante intensos de esperança, medo, coragem, poder, ganância e podem gerar descontrole e sérios prejuízos financeiros, profissionais e familiares. As pessoas que acabam ultrapassando limites e sendo impulsivas, podem sofrer sérias consequências, e o mais recomendável é buscar ajuda profissional para reverter a situação”, destaca Carolina Ligocki, educadora financeira, fundadora e autora da Oficina das Finanças, metodologia parceira da FTD Educação nos programas de Educação Financeira Comportamental para as escolas públicas e privadas de todo Brasil. Desde 2013 já foram impactados mais de 450 mil alunos e 5.200 professores, em mais de 330 escolas de 22 estados.

Com o acesso à internet, os jogos que envolvem dinheiro estão cada dia mais acessíveis e presentes na vida das pessoas, inclusive de crianças, comenta Carolina. Para ela, quem decide jogar deveria proteger as finanças seguindo cinco regras:

  1. Aposta não é investimento. É preciso compreender que são categorias diferentes. O mundo das “bets” ou dos jogos que envolvem dinheiro não são investimentos, são apostas. O que uma pessoa consegue obter de resultado com investimentos depende do que ela sabe e de como consegue agir diante das movimentações do mercado. “É por isso, que em um mesmo período, existem pessoas ganhando e outras perdendo dinheiro, em um mesmo tipo de investimento. Seja ele mercado de ações, imóveis etc. E este não é o universo das apostas esportivas”, diz.
  2. Definir uma quantia mensal/anual e cumprir o limite pré-estabelecido. É fundamental estabelecer um valor máximo que será usado em jogos e ter a disciplina e o autocontrole para respeitar esse limite. A pessoa precisa se proteger dela mesma, já sabendo que é um ser emocional, suscetível a influências momentâneas, talvez impulsivas, e que precisa criar gatilhos para não se prejudicar. Isto é um desafio, mas com essa disciplina e autocontrole ela poderá ter resultados incríveis em investimentos.
  3. Praticar hábitos de guardar e investir dinheiro, ao invés de apenas jogar. Se a pessoa definir que quer apostar e correr o risco do jogo, deveria estabelecer a regra de usar a mesma quantia para guardar e investir. Se quer jogar R$ 100 por mês, vai passar a investir R$ 100 mensalmente em algo mais seguro como RDC (Recibo de Depósito Cooperativo) ou CDB (Certificado de Depósito Bancário), Títulos do Tesouro Direto etc. Ela deve criar uma contrapartida para se permitir jogar usando dinheiro.
  4. Ao ganhar dinheiro com jogos, direcionar o dinheiro para investimentos. Por exemplo, se apostou R$100 e teve a sorte de ganhar R$500, uma boa prática seria direcionar os R$400 para investimentos seguros que possam gerar renda extra, passiva. Sempre manter a disciplina de não gastar esse dinheiro. A renda passiva é o dinheiro que uma pessoa ganha que não depende diretamente de sua dedicação de tempo. Por exemplo: renda de aluguel, dividendos, rendimento de investimentos etc.
  5. Dinheiro é tempo de vida dedicado ao trabalho. É preciso ter em mente que o que se recebe por meio do trabalho é resultado de tempo dedicado e, e esse tempo nunca mais volta. Então, o ideal é evitar desperdícios e usar esse dinheiro estrategicamente com responsabilidade, ética e sustentabilidade.

“Deixo uma sugestão final: se você tem filhos ou é educador(a), supervisione o acesso e o uso desses jogos, garantindo que sejam adequados à idade, que promovam valores positivos e que não representem riscos financeiros ou emocionais para as crianças e jovens”, analisa Carolina.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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