Mercado de cafés cresce e é uma boa oportunidade de investimento

Mercado de cafés cresce e é uma boa oportunidade de investimento

Inovação, sustentabilidade e criatividade marcam a quarta era do café

O café tem se tornado muito mais do que uma simples bebida. De acordo com o TrendCurve da WGSN, estamos testemunhando a quarta onda do café, uma era marcada pela inovação, sustentabilidade e criatividade. “Esta tendência não apenas reflete a evolução dos gostos dos consumidores, mas também representa uma oportunidade para as marcas se aventurarem em novas categorias”, comenta Philippe Nogueira, sócio fundador da goHap, empresa de consultoria focada no setor de hospitalidade.

À medida que o café frio e os novos estilos de Ready-to-Drink (RTD) ganham popularidade, estamos presenciando uma revolução nas formas de consumo, tanto em casa quanto fora dela. Essa evolução não é apenas uma questão de sabor, mas também sobre criar experiências únicas que cativam e constroem comunidades.

Os números falam por si só. O consumo de cafés especiais no Brasil está em ascensão, com um aumento de 1,64% entre novembro de 2022 e outubro de 2023 em relação ao período anterior – este volume representa 39,4% da safra de 2023, que foi de 55,07 milhões de sacas, segundo a Conab. Isso não apenas mantém o Brasil como o maior consumidor de cafés nacionais, mas também destaca o potencial de crescimento dentro do mercado de cafés especiais.

O que são os cafés especiais?

Esses grãos diferenciados passam por um rigoroso controle de qualidade em todas as etapas de produção, resultando em uma bebida adocicada, de sabor agradável e sem adstringência. Esta busca pela excelência não apenas eleva a qualidade do produto final, mas também valoriza a história e o trabalho dos produtores por trás de cada xícara.

As tendências modernas entre os produtores de café estão alinhadas com a valorização da produção interna e das melhores características que o Brasil tem a oferecer, destacando a qualidade como um ponto-chave no setor de café.
A cultura do café abriu caminho para que as marcas o explorassem, tanto como protagonista, quanto como um ingrediente complementar.

“Essa tendência não apenas oferece novas experiências sensoriais aos consumidores, mas também impulsiona os negócios da gastronomia, abrindo oportunidades para restaurantes, cafeterias e estabelecimentos especializados em oferecer criações únicas que incorporam o café de maneiras inesperadas”, comenta Philippe.

Ao mesmo tempo, essas empresas estão cada vez mais comprometidas em encontrar formas de tornar o café mais sustentável e ecológico, alinhando-se às demandas crescentes dos consumidores por práticas empresariais responsáveis.

Exemplos reais

Por trás de uma combinação simples – uma porção de água e outra de café – existe uma história rica e complexa. Assim nasceram os cafés especiais da Tocaya, uma referência no mercado. Juliana Ganan, empresária dedicada a esse mundo há mais de sete anos, idealizou a marca com o propósito de ir além da simples xícara de café. Produzidos em Itajubá, no sul de Minas Gerais, os produtos da Tocaya proporcionam uma verdadeira experiência sensorial. Cada gole permite ao consumidor saborear não apenas as características únicas da região onde são cultivados os grãos de café, mas também absorver a cultura, história e tradição dos produtores locais.

“Trabalhamos diretamente com produtores e tentamos conhecer sua realidade pré, durante e pós-colheita, para poder passar para os nossos clientes todo o trabalho envolvido na seleção e produção de cafés especiais no país”, comenta Juliana Ganan, fundadora e mestre de torras.
Outro exemplo que tem transformado a experiência de cafés, é o Santo Grão – que acaba sendo mais do que um simples local para apreciar café; é uma experiência que transcende o paladar. Ao entrar em um dos espaços do Santo Grão, os clientes são convidados a se reconectar consigo mesmos e com o mundo ao seu redor.

No mercado, também vemos muitas marcas que não estão diretamente ligadas ao setor de alimentos e bebidas se beneficiando da cultura do café. A parceria entre a ORIBA e a Café POR ELAS é um excelente exemplo disso, mostrando como marcas com propósitos semelhantes podem colaborar para amplificar suas mensagens e impactar positivamente a sociedade e o meio ambiente. Enquanto a ORIBA se destaca como uma marca de moda masculina sustentável, questionando os padrões da indústria e buscando alternativas mais éticas e ambientalmente responsáveis, a Café POR ELAS valoriza o trabalho das mulheres no campo e promove o empoderamento feminino ao trabalhar diretamente com pequenas produtoras em diversas regiões do Brasil. “Lançamos o café ORIBA não só para oferecer um grão de qualidade para os nossos consumidores, mas para contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e para a preservação do meio ambiente”, comenta Paucinho Moreira, sócio fundador da ORIBA.

Para ficar de oho

Para ficar de olho

A Ascensão do #CoffeTok – A GenZ abraçou o café como uma forma de expressão. O TikTok, com sua natureza visual e criativa, se tornou o palco perfeito para compartilhar receitas, truques e curiosidades sobre o café. Vídeos de preparo de café, latte art, receitas inusitadas e dicas de degustação inundam as redes sociais. A hashtag #CoffeTok se espalhou como um aroma irresistível.
Cafés gelados, cafés com infusões, bebidas à base de café e shots são populares entre os espectadores. Eles não apenas saciam a sede, mas também oferecem benefícios como antioxidantes e estimulação mental.
À medida que celebramos o Dia do Café, é emocionante ver como essa bebida tão querida está evoluindo, não apenas como uma commodity, mas como uma experiência que une pessoas, culturas e sabores. É um convite para que todos nós, consumidores e marcas, enxerguemos o café de uma forma totalmente nova e apaixonante.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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