Mercado de capitais registra captação recorde no 1º trimestre puxado pela renda fixa

Mercado de capitais registra captação recorde no 1º trimestre puxado pela renda fixa

Ofertas totalizaram mais de R$ 130 bilhões, com crescimento de 91% ante o mesmo período no ano anterior

As ofertas no mercado de capitais atingiram R$ 130,9 bilhões no primeiro trimestre de 2024, captação recorde para o período e que representa um crescimento de 91% ante o mesmo intervalo no ano passado, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Considerando apenas março, o volume chegou a R$ 66 bilhões.

O desempenho foi puxado pelas ofertas de renda fixa, que totalizaram R$ 114,1 bilhões, o maior patamar registrado em um primeiro trimestre na série histórica. O volume é quase o dobro – variação de 98% – do contabilizado no mesmo período do ano anterior.

“Os dados mostram um crescimento sustentável, com emissões pulverizadas em diversos setores e em número de operações. O ambiente macroeconômico, com a expectativa de continuidade do ciclo de queda da Selic, favorece a ampla gama de instrumentos do mercado de capitais”, afirma Guilherme Maranhão, presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima.

As debêntures continuam liderando as captações. Em março, atingiram R$ 41,1 bilhões, o maior volume mensal já registrado, e no trimestre chegaram a R$ 71,9 bilhões, com alta de 94% no comparativo com o mesmo período de 2023. Na análise da destinação dos recursos, 38,5% foram para gestão ordinária e 27,6% para infraestrutura. Os fundos de investimento responderam por mais da metade (52,8%) do volume subscrito.

As debêntures incentivadas (lei 12.431) se destacaram, com o melhor primeiro trimestre da série histórica, captando R$ 19,9 bilhões. “Esse produto se tornou ainda mais atrativo com as restrições recentes a outros ativos isentos. O mês de março respondeu por R$ 11,4 bilhões desse volume trimestral”, ressalta Maranhão. Na avaliação dos prazos, o período chegou a 7 anos para debêntures em geral e a 10,5 anos para aquelas com incentivo fiscal.

Nos instrumentos de securitização, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) fecharam o primeiro trimestre com R$ 15,1 bilhões, com crescimento de 162,1%, enquanto os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) encerraram o período com R$ 12,5 bilhões, um aumento de 133,3%. Já os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram um acréscimo de 81%, para R$ 11,1 bilhões. Entre os produtos híbridos, os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário) tiveram um salto de 226,4%, chegando a R$ 12,8 bilhões.

No mercado de ações, houve quatro follow-ons no primeiro trimestre, totalizando R$ 3,8 bilhões, resultado que manteve a renda variável estável na comparação com o mesmo período do ano passado (R$ 3,9 bilhões).

As emissões externas somaram US$ 8,9 bilhões no trimestre, o que já representa 58% de todo o volume de 2023. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o aumento é de 795%.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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