Digitalização altera perfil de contratação do Setor Financeiro

Digitalização altera perfil de contratação do Setor Financeiro

Profissionais híbridos, versados em Finanças e Tecnologia, são cada vez mais valorizados

Os setores de Meios de Pagamento e de Bancos Digitais registraram um crescimento exponencial nos últimos anos. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), oito em cada dez transações já são digitais, o que representa cerca de 42 transferências mensais por usuário. A acelerada digitalização do setor financeiro tem promovido, segundo o novo Panorama Setorial da Robert Half, uma tendência de queda no estoque total de empregos na área, porém com uma acentuada procura por profissionais cada vez mais especializados.

“Há uma revolução em curso no setor financeiro com a implementação da moeda digital DREX, do Open Finance e do Open Banking, sem falar no bem-sucedido lançamento do PIX, que foi amplamente adotado pelos usuários de serviços financeiros”, destaca Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half América do Sul.

“Essa transformação digital, provavelmente a mais acentuada entre todos os setores da economia, requer cada vez mais profissionais de competências híbridas, bem versados simultaneamente em Finanças e Tecnologia. Essas características são difíceis de achar no mercado, tornando-se um desafio no recrutamento. Por outro lado, as pessoas que possuem esse perfil são bastante valorizadas”, complementa.

A maior demanda no setor tem sido por profissionais com conhecimentos sobre regulamentação e compliance, por um lado, e por segurança cibernética, do outro. Recentemente, em função de um aumento nas reclamações de usuários das plataformas, também tem aumentado a demanda por profissionais com experiência com clientes.

Hoje, muitos profissionais com experiência no setor financeiro sentem dificuldades para se adaptar às novas demandas tecnológicas. Por outro lado, profissionais com experiência em empresas de tecnologia costumam sofrer com a falta de conhecimento sobre regulamentações do setor financeiro, como normas do Banco Central ou contábeis.

Em função dessa dificuldade, a solução costuma ser a contratação de pessoas com experiência em uma das áreas, que serão treinadas para desenvolver as competências esperadas da outra, o que nem sempre é uma possibilidade em mercados extremamente dinâmicos, como o de Bancos Digitais.

A relevância da cibersegurança

O crescimento das instituições financeiras digitais trouxe consigo um aumento nas tentativas de crimes cibernéticos. Segundo levantamento da Serasa, os segmentos de bancos/cartões e financeiras tiveram, em 2023, 6.385 milhões de tentativas de fraudes. Apenas em fevereiro deste ano, o dado mais recente, ocorreram 456,7 mil casos.

Por isso, a preocupação com a cibersegurança se tornou a principal prioridade em muitas fintechs. Na definição de um executivo do setor, essa é a questão que define a confiabilidade da instituição, e uma falha pode significar uma ameaça existencial.

Isso elevou a busca por especialistas em segurança cibernética e, consequentemente, aumentou as expectativas com relação à remuneração de profissionais com esse perfil.

Demanda por executivos de alta gestão

Existe ainda uma grande demanda por profissionais para os níveis mais altos da gestão.

Há alguns anos, em um contexto de explosão das fintechs, o recrutamento era relativamente mais fácil pela abundância da oferta de crédito para esses empreendimentos. Agora, com a redução de recursos disponíveis e as experiências de algumas empresas, atrair profissionais seniores se tornou mais difícil. É possível que haja uma demora de meses para preencher vagas em algumas áreas, como riscos e tecnologia.

Remuneração agressiva

Pela própria cultura do setor, muitas startups oferecem pacotes de remuneração que incluem stock options para estimular o “senso de dono” das equipes. Isso também é uma tendência nos mercados de meios de pagamentos e bancos digitais, nos quais empresas que fizeram IPO nos últimos anos chamaram a atenção por bons resultados.

Essa estratégia tem sido também uma forma de propor remunerações mais agressivas para profissionais que, em função da especialização, tendem a possuir expectativas de salário bastante elevadas.

Posições quentes permanentes

Para projetos especializados

Habilidades/competências mais buscadas

Hard Skills

  • Conhecimento em Regulamentações Financeiras
  • Conhecimento em Analytics/Dados
  • Desenvolvimento de Software

Soft Skills

  • Comunicação
  • Resolução de problemas
  • Engajamento com novas tecnologias
  • Adaptabilidade
  • Dinamismo
  • Flexibilidade

Projeções salariais

Os salários médios (em reais) no setor de Meios de Pagamentos e Bancos Digitais, extraídos de entrevistas e conhecimento de mercado dos consultores da Robert Half, podem ser consultados aqui.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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