Split payment um sistema complexo, oneroso e duvidoso

Split payment um sistema complexo, oneroso e duvidoso
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Novo sistema de pagamento em trâmite na reforma tributária vai complicar a vida dos brasileiros

Os desafios para regulamentação da reforma tributária seguem gerando vários debates, e o novo ponto de foco está direcionado para a criação do “split payment”, um sistema que poucos conhecem, mas que causará vários impactos no dia a dia das indústrias brasileiras. O nome difícil nada mais é do que “pagamento fracionado” ou “pagamento dividido”, que, ao entrar na reforma tributária, pode criar um complexo sistema de arrecadação.

No texto proposto da reforma, o split payment funcionará da seguinte forma: quando o contribuinte realizar o pagamento do serviço ou bem adquirido, automaticamente será descontado o imposto do valor total da operação. Ou seja, divide o valor em dois: o valor da operação devido ao fornecedor e do IBS/CBS, e repassa o imposto ao fisco.

Segundo a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afebras), basicamente, a empresa será obrigada a recolher o imposto no ato do pagamento ao fornecedor. Isso muda totalmente a sistemática atual de recolhimento de impostos realizados pelo regime de competência. Essa nova sistemática vai impactar todo o fluxo de caixa das empresas.

O Governo argumenta que é um grande avanço. Segundo o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, a nova sistemática trará segurança ao adquirente, pois garante que o imposto foi recolhido e ele pode se apropriar do crédito da operação. No entanto, a Afebras lembra que, com a reforma, o crédito tributário vai ser disponibilizado com a necessidade de comprovação de que foi recolhido.

Ainda segundo a Afebras,  surgem três principais pontos de preocupação em relação ao funcionamento do split payment, uma vez que pode prejudicar as indústrias na apropriação de créditos, sendo eles:

1. Um sistema complexo que precisa trabalhar em tempo real, com muitas variáveis envolvidas. Para empresas que trabalham com operações parceladas, será feito recolhimento proporcional?

2. Se houver falha nos dados para identificação dos débitos, como será feita a correção?

3. Qual o custo da adequação desse sistema como um todo? Não só do ponto de vista tecnológico, mas também operacional.

“Mesmo com o otimismo apresentado pelo governo, no formato atual é certo que o split payment deve acarretar mais custos do que benefícios para as indústrias, visto que o processo de adequação será caro, com diversos procedimentos contábeis e a criação de novos controles para atestar e comprovar créditos fiscais caso seja necessário”, alerta a Afebras.
Diante de tantos questionamentos, esse sistema beneficia somente o fisco, retirando valores à vista e devolvendo o crédito parcelado, isso se devolver!

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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