Venda da SAF do Cruzeiro pode incentivar clubes brasileiros a entrar na lista de bolsa de valores no futuro

Venda da SAF do Cruzeiro pode incentivar clubes brasileiros a entrar na lista de bolsa de valores no futuro

Modelo de transferência das ações do clube praticado pelo grupo do ex-atacante Ronaldo é esperado para que mercado dê passo adiante

O mercado dos negócios do futebol está agitado desde o último fim de semana, com o anúncio de que a SAF do Cruzeiro seria vendida. O grupo do ex-atacante e tetracampeão brasileiro Ronaldo oficializou a venda dos 90% do controle acionário do clube ao empresário Pedro Lourenço, dono da rede de supermercados BH.

Em 2021, a compra do Cruzeiro SAF por Ronaldo foi acertada pelo valor de R$ 400 milhões – vale lembrar que, à época, o cenário de dívida da agremiação era de aproximadamente R$ 1,3 bilhão. Com a valorização do clube no mercado, especialmente após o retorno do time à Série A do Campeonato Brasileiro, em 2023, o ex-jogador vendeu a SAF por R$ 600 milhões.

Para Felipe Crisafulli, advogado especializado em Direito Desportivo do Ambiel Advogados, a transação é um pontapé inicial para a mudança de paradigma dos negócios no esporte, especialmente após a Lei das SAFs (14.193/2021). “Era algo esperado de acontecer num segundo momento das SAFs, isto é, após a consolidação da lei. Primeiro foi aquele boom, com diversas SAFs sendo constituídas, umas do zero, outras através da transformação de sua roupagem jurídica, deixando de ser associações e passando a ser SAFs”, explica.

Na visão do advogado, o Cruzeiro, desde a SAF, vive um outro momento na sua história recente. “Alguns dos maiores problemas do futebol brasileiro são a falta de credibilidade, de segurança e de práticas de gestão corporativa idôneas. Sem dúvida, ter tido, por esses dois anos, o Ronaldo e sua equipe à frente do Cruzeiro SAF trouxe bastante prestígio e recuperou a imagem do clube e a confiança do mercado em fazer negócios com a Raposa. Não é tudo, mas já é um começo – e que precisa ser feito”, defendeu. “Antes tarde do que nunca. Até porque é esse amadurecimento gerencial, com boas práticas de governança, que garante a sustentabilidade e robustez financeira de longo prazo”.

Agora, a expectativa é de que o mercado dê um passo adiante, com a negociação das ações a terceiros. “O modelo adotado pelo Ronaldo/Cruzeiro SAF e o Pedro Lourenço foi o da transferência da integralidade das ações detidas pelo grupo do ex-jogador ao empresário do ramo de supermercados, porém outros modelos também hão de surgir,  no curto, médio ou longo prazos, seja a cessão de parte do controle acionário apenas, seja até mesmo a listagem das SAFs na bolsa de valores”, uma realidade já bastante conhecida de diversos clubes europeus – entre eles, Ajax, Benfica, Celtic, Juventus e Manchester United.

Crédito da foto: Divulgação/Instagram

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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