86% das mulheres já foram questionadas se possuem filhos durante entrevista de emprego

86% das mulheres já foram questionadas se possuem filhos durante entrevista de emprego

Pesquisa realizada pela Catho mostra o cenário das mães no mercado de trabalho e como desafios ainda são presentes

Em um país onde 69% das mulheres têm ao menos um filho, de acordo com dados do Datafolha, o cenário empregatício para o público feminino é colocado em pauta com evidências de desafios e discriminação enfrentados por mulheres, especialmente mães, no ambiente de trabalho.

Diante deste cenário, com o intuito de analisar e ressaltar fatores importantes da maternidade no trabalho, a Catho, marketplace que conecta empresas e candidatos que estão em busca de emprego, divulgou a Pesquisa Mães 2024. O levantamento foi realizado com 967 mulheres, onde 504 possuem filhos, com a maioria residente no estado de São Paulo e atuantes, principalmente, em cargos de assistente e analista, além de presença significativa em coordenação e operacionais.

Como resultado, 86% das respondentes relataram que já foram questionadas pelo menos uma vez por um recrutador se possuem filhos, durante uma entrevista. Junto a isso, 75% também foram indagadas sobre com quem os filhos ficariam durante o trabalho e 50% se tinham planos para ser mãe.

Segundo Patricia Suzuki, diretora de Gente & Gestão da Catho,um dos obstáculos enfrentados pelas profissionais que são mães já começa na busca por uma oportunidade: “É um grande desafio conciliar os papeis profissional e a maternidade. Práticas de incentivo com orientações sobre o tema, políticas flexíveis e ações de apoio para as mães por parte das empresas promovem acolhimento, além de atração e retenção de talentos profissionais que se desenvolvem na carreira e no papel de mães. O objetivo das entrevistas do processo seletivo é entender o fit cultural e a aderência do perfil da profissional com o escopo de atuação da vaga proposta. Questões relacionadas aos cuidados com a criança, exclusivamente para mães candidatas, podem ser interpretadas como julgamento da condição de conciliação dos distintos papeis.”

A pesquisa do marketplace apontou que 40% das respondentes com filhos acreditam que perderam oportunidades de promoção ou desenvolvimento por serem mães, enquanto 86% já foram julgadas no ambiente de trabalho. O cenário desafiador faz com que 52% deixem de desempenhar alguma atividade como mãe por medo de perder o emprego e 23% das mães já foram desligadas após a licença-maternidade.

“Estamos falando de 4 em cada 10 mulheres que acreditam ter perdido oportunidade apenas por serem mães, junto aos desafios de conciliar a carreira e os filhos com medo de perder a posição. O estudo da Catho destaca pontos pertinentes que precisam ser trabalhados dentro das empresas para maior inclusão, de modo a reverter situações que são vividas desde o momento da entrevista. É um tópico importante e que merece atenção”, complementa Suzuki.

Rede de apoio e benefícios

Em contrapartida, a rede de apoio é fator predominante quando se trata de mães no mercado de trabalho e positivamente conta com presença ativa na rotina das profissionais, conforme o levantamento da Catho. Dentre as respondentes com filhos, 31% possui uma grande rede de apoio, 27% têm uma rede pequena e 22% uma rede restrita. No geral, 73% consideram a rede de apoio muito importante.

Quando se trata de benefícios, os principais oferecidos pelas empresas incluem plano de saúde para si e dependente (25%), trabalho híbrido (25%) e auxílio creche (16%).

“Uma cultura organizacional que se atente à importância de uma rede de apoio, com promoção da inclusão, apoio psicológico, valorização e oportunidades iguais contribui para a satisfação e retenção dessas profissionais, criando um ambiente e uma vida mais saudável. É um processo de ‘ganha-ganha’ entre a colaboradora e a empresa. Se as mães têm a oportunidade de estarem mais próximas de seus filhos, elas estão mais satisfeitas no geral e isso tem um reflexo direto no trabalho e na produtividade. É uma reformulação que beneficia a mãe, a empresa e a sociedade em geral”, conclui Patricia.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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