Brasil pode poupar energia se utilizar aquecedores solares no Minha Casa Minha Vida

aquecedor solarEm 2012, os 8,4 milhões de m2 de coletores solares instalados no país geraram um total de 5.714 GWh de energia, volume que corresponde a 1,3% do consumo nacional, e pouco abaixo da energia elétrica necessária para abastecer o consumo anual de uma cidade como Brasília com 2,5 milhões de habitantes. Esses 5.714 GWh representam uma demanda de energia que deixou de exigir o acionamento de usinas hidrelétricas e termelétricas no horário de pico para aquecimento da água de banho. E a um preço mais competitivo e sem o impacto ambiental das fontes convencionais de geração de energia. Mas, a economia proporcionada pelo uso aquecimento solar pode ser muito maior. É com esta visão que o Departamento Nacional de Aquecimento Solar (Dasol)) da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava) está propondo ao governo a ampliação do uso de aquecimento solar no Programa Minha Casa Minha Vida, o que significa explorar mais o potencial da energia solar térmica. A proposta da Abrava é levar o aquecimento solar a 1,45 milhão de moradias do Programa.

Atualmente, a implantação do aquecimento solar no Programa Minha Casa Minha Vida é restrita às unidades unifamiliares que se enquadram na faixa de renda até R$ 1.600. Na avaliação da Abrava, enquanto estiver limitado a essa faixa de renda e excluído dos edifícios multifamiliares, o aquecimento solar beneficiará apenas 263 mil unidades do programa.  “Isso acontece apesar de a Portaria 325 do Ministério das Cidades, de 7 de julho de 2011, estabelecer a meta de produção de 860 mil unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida até 2014 com tecnologia de aquecimento solar”, explica o presidente do Departamento de Energia Solar da Abrava, Carlos Artur Alencar.

De acordo com um estudo da Empresa de Pesquisa Energética  (EPE), se os Sistemas de Aquecimento Solar (SAS) fossem instalados em 100% dos dois milhões de moradias previstas no Programa Minha Casa Minha Vida, o Brasil poderia economizar até 741 GWh por ano – economia suficiente para abastecer uma cidade como Vitória, capital do Espírito Santo, com população de 333 mil habitantes, segundo cálculos da Abrava. Além de poupar a energia gerada pelas hidrelétricas e termelétricas, os SAS representam uma economia para o consumidor que pode chegar a R$ 17,10/mês por domicílio, dependendo da região do país, segundo o estudo da EPE. A redução média do consumo para a família seria de 20%, pouco mais de 30 kWh mensais por domicílio.

Sem falar nos benefícios ambientais. Exemplo mundial, a matriz de energia elétrica brasileira depende fortemente das usinas hidrelétricas, ainda que conte com mais de 80% da energia proveniente de fontes renováveis. Mas quando o nível dos reservatórios baixa, indicando risco de desabastecimento, são acionadas as usinas termelétricas, uma energia mais cara e poluente. Para se ter uma ideia, somente nos três primeiros meses de 2013, as usinas termelétricas geraram cerca de 28.000 GWh, mais de 20% do total gerado no país.

Pesquisa realizada em 2012 pela Caixa Econômica Federal junto a beneficiários do Programa Minha Casa Minha Vida apontou que 80% dos moradores mostraram-se muito satisfeitos com o aquecimento solar, 85% recomendariam o SAS a um amigo, vizinho ou parente, e 60% perceberam a expressiva economia na conta de luz, entre R$ 20 e R$ 40. O valor poupado foi destinado à alimentação da família. Além disso, a cada 1 milhão de metros quadrados de Sistema de Aquecimento Solar (SAS) produzidos em um ano são gerados 30 mil empregos diretos e indiretos. Com a elevação das metas do Programa Minha Casa Minha Vida, de 263 mil (previsto) para 1,45 milhão de unidades habitacionais em dois anos, seriam gerados no mínimo 60 mil novos empregos, segundo cálculos da Abrava.

Cabe ainda considerar que o governo divulgou em dezembro de 2012 a ampliação da meta de construções do Programa de 2 milhões para 2,4 milhões de unidades habitacionais até o final de 2014 e, com isso, os benefícios ambientais e sociais serão ainda mais positivos.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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