Tesouro Direto: o que fazer com o investimento
O Tesouro Direto pagou nesta quarta-feira (15) a 122 mil investidores um total de R$ 9 bilhões, no maior vencimento de títulos públicos realizado até o momento. De acordo com o Tesouro Nacional, os títulos tiveram uma rentabilidade bruta de 64% no período de seis (06) anos. Mas o que fazer com esse dinheiro? Confira abaixo algumas dicas de Alessandro Mavignier, agente autônomo de investimentos na BLV Investimentos.
Dica 1 – É fato que o dinheiro vai ficar disponível na conta dos clientes, portanto, o melhor que eles têm a fazer é reinvestir esse montante imediatamente. Um dos conselhos que damos aos nossos clientes é para que evitem deixar o valor estagnado em conta corrente, porque pode ser uma tentação, o cliente pode acabar gastando aquela quantia, simplesmente pela disponibilidade. Converse com o assessor ou gerente pessoal, para reinvestir esse dinheiro.
Dica 2 – Como esses títulos podem ter sido comprados desde 2013, muitas coisas mudaram no mercado em termos de custos operacionais no próprio tesouro direto. Os clientes que desejarem reinvestir pelo próprio Tesouro Direto devem aproveitar a oportunidade para analisar se o banco ou corretora que fez aplicação continua sendo a melhor opção em termos de custo. Hoje, o cliente dispõe de corretoras que não cobram pra fazer a aplicação via tesouro direto.
Dica 3 – O volume desses recebimentos está muito concentrado nos bancos, portanto existe uma força-tarefa do departamento de vendas deles para contatarem os clientes e fazer com que reinvistam na própria instituição. Esse é o momento para o investidor reavaliar se está investindo através do lugar mais indicado. É uma boa hora pra testar e conversar com outras instituições e para reavaliar sua estratégia de investimento.
Alocação do investimento
Para alocar os recursos disponibilizados em conta, as sugestões seriam: 1) manter o investimento em outro vencimento de um Tesouro IPCA, mantendo a mesma alocação que vc já tinha 2) ou verificar junto ao seu assessor se você deve fazer algum ajuste em termos de alocação. Mas a princípio reinvestir no próprio título do tesouro IPCA pode ser uma boa opção. Para alocar os recursos disponibilizados em conta, o cliente deve procurar a recomendação junto ao seu corretor ou banco.
Armadilhas do mercado: Conflito de interesses
Por último, vale um alerta sobre o possível conflito de interesses nas ofertas que vocês receberão. A sugestão seria o que não fazer: alocar esse recurso no mercado de crédito privado. Além de ter baixa liquidez e, em alguns casos, longos prazos de vencimento, os spreads que os títulos privados pagam sobre o titulo do tesouro estão nas mínimas históricas e o retorno pode não compensar o risco. Eventualmente o cliente receberá essa oferta do seu assessor ou gerente por pagarem comissões mais elevadas. Transparência é fundamental e o cliente deve exigir isso de seu gerente ou assessor.


