Pequenas e média empresas crescem 4,9%, com destaque para Serviços e Indústria

Índice indica retração de 3,4% do Comércio
Em maio de 2023, o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) mostra que a movimentação financeira média das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras cresceu 4,9% na comparação com maio de 2022. O índice mostra importante recuperação após a desaceleração observada em abril, mas segue apresentando comportamento distinto entre os principais setores do mercado. No acumulado do ano até maio, o IODE-PMEs mostra crescimento de 2,9% na comparação com igual período do ano anterior.
O IODE-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de mais de 120 mil empresas divididas em 660 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: Comércio, Indústria, Infraestrutura e Serviços.
Segundo Felipe Beraldi, gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, plataforma de gestão (ERP) na nuvem, o desempenho do índice no último mês acompanha a recuperação da confiança dos consumidores diante de um contexto de melhores perspectivas para a evolução da renda das famílias (com a resiliência do mercado de trabalho e diversos incentivos fiscais) e de alívio das pressões inflacionárias no país. “O índice de confiança do consumidor da FGV (ICC-FGV) registrou relevante crescimento em maio (aumento de 1,4 ponto – atingindo o maior patamar desde outubro de 2022), sobretudo pela melhora das expectativas dos agentes com a situação econômica geral do país e, especificamente, com a situação das finanças familiares”, explica Beraldi.
Diante deste quadro, as perspectivas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2023 voltaram a subir nas últimas semanas, com o mercado adotando um tom mais positivo, mesmo com o aperto monetário ainda em curso. Neste sentido, o IODE-PMEs já indicava resiliência da atividade econômica brasileira no início de 2023, ao encerrar o primeiro trimestre com crescimento de 2,5% na comparação anual.
Nos setores monitorados, a movimentação financeira real média foi influenciada, especialmente, pelos segmentos de Serviços (+3,8% ante maio de 2022) – com destaque para a evolução dos segmentos de ‘Atividades profissionais, científicas e técnicas’, ‘Atividades financeiras’ e ‘Atividades de serviços pessoais’ –, e Indústria (+4,1%) – sendo o terceiro mês consecutivo de expansão, liderado por ‘Fabricação de móveis’, ‘Fabricação de autopeças e implementos rodoviários’ e ‘Fabricação de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos’.
O IODE-PMEs também mostrou modesto avanço do setor de Infraestrutura no último mês (+1,2% na comparação com maio de 2022), após o fraco resultado apresentado pelo setor em abril (-11,9%). O indicador está diretamente ligado à manutenção do desempenho positivo das atividades do segmento de ‘Serviços especializados para construção’ – com destaque para obras de acabamento imobiliárias.
Contudo, os dados do IODE-PMEs ainda mostram recuo do Comércio (-3,4% ante maio de 2022), após retração já verificada também em abril (-3,1%). No setor, houve queda nos segmentos atacadista (-1,7%) e varejista (-8,9%) no último mês. Especificamente no varejo, mesmo com o bom desempenho, em maio, de segmentos com vendas tradicionalmente afetadas pela ocorrência do Dia das Mães – tais como ‘plantas e flores naturais’ e ‘artigos de joalheria’ -, observou-se quedas na comparação anual desde fevereiro de 2023. De toda forma, as PMEs do comércio relacionado a veículos tiveram expansão de 1,6% no período, restringindo a queda observada no setor como um todo no último mês.
“Em linhas gerais, o mercado de PMEs mantém ritmo de expansão no decorrer do segundo trimestre deste ano, ainda que os resultados distintos entre os grandes setores da economia , com destaque para o crescimento de Serviços e a perda de fôlego do Comércio. Ainda que as taxas de juros em níveis elevados dificultem a evolução do consumo, as perspectivas relativamente mais positivas do mercado para a evolução da renda das famílias brasileiras se configuram como um importante condicionante para o mercado de pequenas e médias empresas no curto prazo”, finaliza Beraldi.
Crédito da foto: Tania Rego/AB