Dia das Crianças: planejamento financeiro é um aprendizado que deve começar na infância
No Brasil, onde o nível de endividamento familiar é alto, educar os filhos sobre o valor do dinheiro e a importância das economias é essencial
Na semana em que se comemora o Dia das Crianças, 12 de outubro, um assunto que se faz necessário destacar é a importância da educação financeira infantil, haja vista que o endividamento familiar é alto no país. Em vigor desde julho de 2023, o Desenrola Brasil, programa criado pelo governo federal para ajudar 70 milhões de brasileiros com nome negativado a saírem das dívidas, já registrou R$ 14,3 bilhões em volume financeiro negociados em dez semanas de vigência, exclusivamente pela Faixa 2 (bancos e financeiras), conforme dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Diante desse cenário, especialistas recomendam aos pais que conversem com seus filhos sobre o passo a passo de se ter uma vida financeira saudável e um futuro mais seguro e tranquilo. “Esse bate-papo ajuda as crianças a desenvolverem hábitos financeiros saudáveis, como economizar, planejar compras e evitar gastos impulsivos. Essa relação equilibrada com o uso do dinheiro precisa começar na infância”, diz Carolina Ramos, diretora-superintendente da Unicred Central Multirregional.
O conceito de “poupança”, por exemplo, pode ser colocado em prática ao presentear os pequenos com um cofrinho, onde vão guardar as suas economias. “A definição de metas de poupança, como evitar gastos desnecessários para comprar um brinquedo ou fazer uma atividade especial, ensina a importância de fazer economias, priorizar escolhas e atingir os objetivos”, explica a executiva. Ela acrescenta que a mesada é outra forma das crianças aprenderem a gerir o próprio dinheiro.
Em lojas e supermercados, em meio a tantas opções de consumo, uma dica, segundo a especialista, é ajudar a garotada a entender a diferença entre coisas necessárias (comida, calçados e roupas) e das coisas que fazem parte da lista dos desejos (brinquedos, doces, joguinhos, entre outros).
“Adultos sem uma boa educação financeira têm grandes chances de se endividar de diversas maneiras pois, geralmente, utilizam o cheque especial, o cartão de crédito e fazem o pagamento de boletos bancários com atraso, sem qualquer tipo de controle. Dessa forma, teremos uma geração com mais consciência financeira”, afirma Carolina Ramos.
Crédito da foto: Kristina Paukshtite -Pexels
