Endividamento cai pela quarta vez e é o menor desde o início de 2022

Endividamento cai pela quarta vez e é o menor desde o início de 2022

Proporção de endividados diminuiu, mas mulheres ainda lideram esse ranking

De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor Peic) deste mês, o percentual de famílias brasileiras que afirmam ter dívidas a vencer (cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa) diminuiu, representando cerca de 76,9% das famílias do País. Com a quarta queda consecutiva do ano, o volume de endividados chegou ao menor nível desde fevereiro de 2022. As informações são apuradas mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC).

“No cenário econômico em evolução, o controle da inflação e o mercado de trabalho favorável têm melhorado a renda das famílias brasileiras, levando menos consumidores a buscar o crédito”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. “No entanto, a gestão eficaz das dívidas e a redução da inadimplência continuam sendo desafios importantes a serem enfrentados no futuro próximo.”

Comparado ao mesmo período do ano anterior, os números apontam que o risco de inadimplência diminuiu e menos pessoas atrasaram o pagamento de suas dívidas em outubro, 29,7% do total de famílias, ante 30,2% em setembro deste ano e 30,3% em outubro de 2022. Essa melhora é visível entre as famílias de baixa renda e renda média baixa. No entanto, nas famílias com renda média entre 5 e 10 salários mínimos, o número de inadimplentes cresceu, indicando que para este grupo a gestão financeira continua sendo um desafio.

Embora o volume de consumidores que relatam não ter condições de pagar dívidas atrasadas referentes a meses anteriores permaneça elevado, segue estável com 13% das famílias, o que demonstra que as reduções das taxas de juros e as renegociações de dívidas começam a surtir efeito. No entanto, quase metade (48,5%) dos consumidores com atrasos ainda possui dívidas atrasadas por mais de 90 dias, uma proporção que continua crescendo.

“As condições de consumo estão mais favoráveis, com a inflação mais baixa, mercado de trabalho formal absorvendo trabalhadores de menor instrução e juros em processo de queda. Esses fatores estão ajudando a melhorar as condições financeiras dos lares, reduzindo a necessidade de recorrer ao crédito”, diz a economista da CNC Izis Ferreira. “As políticas de transferência de renda, como a valorização do Bolsa Família e os saques alternativos do FGTS, têm contribuído para aumentar a renda disponível e reduzir o número de consumidores endividados.”

Cartão de crédito tem maior número de devedores

A Peic de outubro aponta que o cartão de crédito segue como a principal fonte de endividamento entre as famílias brasileiras, representando 87% do total de devedores. O crédito pessoal e o consignado bem como dívidas fora do sistema financeiro tradicional avançaram, ao passo que as outras modalidades perderam representatividade na carteira dos consumidores.

Entre os consumidores de rendas média e baixa, o endividamento no cartão de crédito avançou na comparação anual, +1 p.p. na renda média (86,9% do total no grupo) e 0,4 p.p. entre a alta renda (88% do total). No mês, o volume de endividados no cartão também avançou nas duas faixas de renda.

Mulheres seguem mais endividadas

A proporção de endividados entre homens e mulheres diminuiu. Apesar disso, elas enfrentam maiores desafios em relação à inadimplência, com uma proporção maior que reporta dificuldades para pagar dívidas de meses anteriores.

Entre mulheres, a queda da parcela de endividadas foi mais intensa na comparação anual – de 81,7%, em outubro 2022, para 78,41% em igual período de 2023. Entre os homens, a tendência de queda do endividamento, na relação anual, foi de 77,2%, em 2022, para 75,5%, em 2023.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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