DOC começou a “morrer” em 2002 com a criação da TED, diz especialista

DOC começou a “morrer” em 2002 com a criação da TED, diz especialista

Forma de transferência bancária foi encerrada após quase 40 anos

O famoso meio de pagamento DOC foi encerrado nesta segunda-feira, dia 15. A modalidade existia há quase 40 anos. Seu término foi anunciado pela Febraban no ano passado.

Apesar do encerramento do DOC, será possível agendar transações para liquidação até 29 de fevereiro.

Segundo Mariana Prado Lisboa, sócia na área de Meios de Pagamento e Fintechs do escritório Barcellos Tucunduva (BTLAW), o DOC começou a “morrer” com o implemento da TED em 2002. “A TED visava agilizar transferências eletrônicas. Com o Pix, a utilização do DOC caiu drasticamente. O DOC não conseguiria mesmo fazer frente a essas melhorias”, analisa.

Dados oficiais mostram que, no primeiro semestre de 2023, o DOC somou 18,3 milhões de operações, representando apenas 0,05% dos pagamentos feitos no Brasil no período.

Nesse mesmo recorte de tempo, o estudo da Febraban mostra que o Pix teve 17,6 bilhões de operações; cartões de crédito e débito tiveram 8,4 bilhões cada.

Na mesma janela, a TED registrou 448 milhões de transações – volume que é 24 vezes maior do que o número de transações feitas via DOC no período pesquisado.

Mariana lembrou que o DOC foi criado para trazer agilidade e segurança, mas acabou sendo superado ao longo dos anos, principalmente pelo Pix “Os valores [do DOC] caíam na conta do recebedor no dia útil seguinte ou em até 2 dias úteis em caso de finais de semana, feriados ou realizado após às 22h. O DOC foi muito importante por ser justamente uma transferência eletrônica. A liquidação imediata e os baixos custos de transação fizeram a população brasileira migrar para o Pix, em especial na transferência de baixos valores.

O Pix é mais moderno e utiliza um sistema muito mais moderno, o sistema de pagamentos instantâneos, que consegue dar segurança, paramento imediato a um custo muito baixo”, explicou.

Com a tecnologia dos meios de pagamento em evolução constante, não se descarta novas formas de transação nos próximos anos. Até o Pix pode ser ameaçado, mas não por um “novo” DOC. “Não acredito que o DOC consiga voltar, ainda que repaginado. A funcionalidade de transferência eletrônica de baixo valor em pouco tempo foi integralmente absorvida pelo Pix. Podemos até ter um substituto do Pix em 40 anos, mas não será a volta do DOC. A utilização de novas funcionalidades e melhorias para diminuição de fraudes pode fazer com que no futuro outros meios de pagamento desapareçam”, opina a advogada.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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