Executivos estão mais otimistas em relação à agenda sustentável

Tatyana Freitas, head da prática DEI e ESG da Russell Reynolds.
À medida que ações em Sustentabilidade deixam de ser opcionais, mais líderes estão assumindo o compromisso com a agenda e tomando decisões baseadas no impacto socioambiental de seus negócios. De acordo com o estudo Divisões e Dividendos, produzido pela Russell Reynolds Associates, referência global em busca, consultoria e desenvolvimento de lideranças, os executivos estão otimistas em relação às metas, com 83% dos líderes sêniores afirmando que desenvolveram planos específicos em resposta às questões regulatórias, 78% para questões trabalhistas e/ou relacionadas a colaboradores, 74%, sociais e/ou relacionadas a consumidores, e 70%, ambientais.
“Mais que atender às demandas de stakeholders, ações em Sustentabilidade otimizam o desempenho operacional e impulsionam o sucesso a longo prazo. Líderes com mentalidade verdadeiramente sustentável enxergam as práticas ESG como alavanca de crescimento e as incorporam nas tomadas de decisão de todas as áreas de negócios, criando um ambiente propício para inovação ao mesmo tempo em que fortalecem a resiliência corporativa”, afirma Tatyana Freitas, head da prática DEI e ESG da Russell Reynolds.
Para este ano, 45% dos 3 813 executivos em posições de liderança sênior entrevistados pela consultoria em 104 países da Europa, Américas e Ásia aumentarão os investimentos em ações de Sustentabilidade, 45% manterão o nível atual de investimento e apenas 7% reduzirão. No entanto, o caminho entre fazer planos e alcançar objetivos exigirá um olhar mais atento sobre quatro lacunas críticas no pensamento e na capacidade de liderança: mentalidade disruptiva, motivação, responsabilização e mobilização.
Mentalidade disruptiva
Líderes precisam de visão e coragem para orientar a sua organização em direção a um futuro sustentável. Cerca de 76% dos líderes sêniores relatam que seus CEOs estão pessoalmente comprometidos com a Sustentabilidade. No entanto, apenas 50% acreditam que seu CEO impulsiona a inovação necessária e faz investimentos ousados para transformar a empresa.
Motivação
Os líderes ainda veem a sustentabilidade como um exercício de construção de marca, em vez de uma verdadeira alavanca para o desempenho do negócio. Enquanto 96% dos entrevistados acreditam que as questões de sustentabilidade terão impacto na viabilidade a longo prazo dos seus negócios, apenas 21% citam maiores lucros como um dos cinco principais benefícios das ações de sustentabilidade.
Responsabilização
Em boa parte das empresas, a Sustentabilidade não faz parte dos objetivos ou das tarefas diárias dos líderes. Nos últimos dois anos, houve um aumento de 19% no número de executivos C-level afirmando que sua remuneração está atrelada aos resultados em ESG. Ainda assim, somente 32% têm critérios de Sustentabilidade em suas avaliações de desempenho e 23% mensuram seus objetivos por meio de KPIs claros.
Engajamento
O sentido coletivo de propósito é uma oportunidade estratégica para avançar com a agenda ESG e ampliar os resultados. Com 63% dos executivos afirmando que estão motivados para encontrar formas de melhorar a sustentabilidade da organização, os líderes precisam trazê-los para mais perto dessa jornada. Pouco mais da metade, 57%, dizem se sentir empoderados para criar e testar soluções sustentáveis, mas apenas 10% discutem frequentemente os objetivos sustentáveis com o seu gestor.
Resultados do Brasil
Os executivos brasileiros entrevistados na pesquisa tiveram respostas 15 pp. acima do índice global quando se trata de afirmar que seu CEO está pessoalmente comprometido com a agenda sustentável. E, também, 15 pp. acima ao afirmarem que desenvolveram planos concretos para lidar com questões ambientais, 5 pp. acima para questões trabalhistas, 4 pp. para questões regulatórias e 3 pp. para questões sociais.