Produção industrial avança em oito dos 15 locais pesquisados em janeiro

Produção industrial avança em oito dos 15 locais pesquisados em janeiro

Ceará e São Paulo tiveram as maiores altas

Oito dos 15 locais investigados pela Pesquisa Indústria Mensal (PIM) Regional avançaram na passagem de dezembro para janeiro, quando a produção nacional registrou variação nula (0,0%). A expansão mais acentuada foi registrada pelo Ceará (7,9%), seguido por São Paulo (2,4%), principal influência positiva no índice geral. Por outro lado, Pernambuco apresentou a maior queda (-22,3%) e principal influência negativa entre os locais pesquisados. No acumulado em 12 meses, a indústria variou 2,9%, com taxas positivas em 16 locais. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (18) pelo IBGE.

“Esta variação nula interrompe uma sequência de três meses de queda na indústria nacional, obtendo uma perda acumulada de 1,2% no período. No período de janeiro, temos concessões de férias coletivas, além de algumas paradas para manutenção de várias plantas industriais em diversos locais, o que reduz o ritmo de produção. Outro fator é com relação à conjuntura macroeconômica, já que temos um aumento dos juros para conter a inflação, o que diminui as linhas de crédito, tanto no lado da oferta, quanto no da demanda”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.

Com o maior crescimento absoluto e a quarta maior influência sobre o resultado nacional, o Ceará registrou expansão após dois meses de resultados negativos, acumulando uma perda de 9,5%. “Este resultado elimina parte da perda de novembro e dezembro, influenciado pelos setores de alimentos, derivados do petróleo e de produtos têxteis”, comenta o analista da pesquisa.

Já a indústria paulista, que registrou a maior influência e o segundo maior crescimento no mês (2,4%), voltou a crescer após dois meses de resultados negativos, período em que acumulou perda de 5,6%. “Os setores que mais influenciaram positivamente este comportamento foram o de produtos químicos, de borracha e material plástico, máquinas e equipamentos e de alimentos”, detalha Bernardo Almeida. Este resultado coloca São Paulo num patamar 0,5% acima do nível pré-pandemia, estabelecido em fevereiro de 2020, e 22,0% abaixo do patamar mais alto, registrado em março de 2011.

Outros destaques positivos em termos de influência vieram das indústrias do Rio de Janeiro (2,3%), na segunda colocação, e Minas Gerais (0,8%) na terceira.

Sete locais tiveram redução

Entre os sete locais que recuaram, Pernambuco (-22,3%) teve a queda mais acentuada e a maior influência negativa, resultado que vem após dois meses de avanço, com acúmulo de 5,7%. “Este é o recuo mais intenso no estado desde o início da série histórica, devido às férias coletivas e fatores macroeconômicos, assim como impactos nos setores de derivados do petróleo, metalurgia e alimentos”, destacou Almeida.

Outros destaques negativos vieram do Pará (-3,9%), segundo colocado em termos de influência, e Espírito Santo (-2,6%), que ficou em terceiro lugar em influência.

Indústria cresce em nove dos 18 locais pesquisados em relação a janeiro de 2024

A produção industrial do país cresceu 1,4% na comparação com janeiro do ano passado, com avanço em nove dos 18 locais analisados pela PIM Regional. Santa Catarina (8,6%) e Rio Grande do Sul (8,1%) registraram as maiores variações.

Santa Catarina apresenta o maior crescimento e a segunda maior influência nesta comparação. “Este crescimento consiste no bom desempenho do setor de alimentos, principalmente no aumento da produção de carnes e miudezas de aves congeladas, além de embutidos e outras preparações de suínos e de aves. Outro grande impacto foi no setor de máquinas e equipamentos, com aumento na produção de válvulas, torneiras, registros, além de bombas centrífugas”, apontou o pesquisador. Das 14 atividades pesquisadas da indústria catarinense, 13 apresentaram crescimento.

Já o Rio Grande do Sul obteve a maior influência e o segundo maior crescimento em termos  absolutos. O analista destacou o “bom desempenho de derivados do petróleo, com aumento na produção de óleo diesel e gasolina automotiva, além do crescimento no setor de veículos automotores, com aumento na produção de autopeças, automóveis, além de reboques e semirreboques”. Na indústria gaúcha, das 14 atividades pesquisadas, 11 registraram expansão.

Os demais locais que cresceram nessa comparação foram Bahia (4,3%), Pará (0,9%), Mato Grosso (0,9%), Paraná (0,7%), São Paulo (0,5%), Goiás (0,2%) e Ceará (0,1%). Por outro lado, Pernambuco (-15,6%), Rio Grande do Norte (-15,4%) e Maranhão (-11,4%) assinalaram recuos de dois dígitos e os mais elevados nesse mês.

Bernardo Almeida explicou os fatores para a queda acima dos dois dígitos nos três estados da Região Nordeste. “Em Pernambuco, onde tivemos a maior queda em termos absolutos e de influência, houve queda do setor de derivados do petróleo e na produção de óleos combustíveis. No Rio Grande do Norte, quarta maior influência, também registrou-se recuo no setor de derivados de petróleo, com queda na produção de gasolina automotiva. Por último, no Maranhão, sexto lugar em termos de influência, o recuo deve-se à queda no setor de celulose, papel e produtos de papel, com diminuição na produção de pasta de celulose”, explicou o analista da PIM Regional.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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