A cada seis minutos, uma padaria é aberta no país

A cada seis minutos, uma padaria é aberta no país

Em 2025 já foram abertos 26,4 mil pequenos negócios de produção e de revenda de pães

As padarias – desde as pequenas panificadoras de bairro até as mais requintadas – têm se mostrado cada vez mais um bom mercado para se empreender. Somente neste ano, mais de 26,4 mil novos pequenos negócios do setor foram abertos nesse segmento no país. A quantidade representa uma média de 240 novos CNPJs gerados por dia – ou 10 estabelecimentos a cada hora e um a cada seis minutos.

Os dados são de um levantamento realizado pelo Sebrae com dados da Receita Federal reunindo informações da Classificação Nacional de Atividades Económicas (CNAE) de fabricação de produtos de panificação e de comércio varejista de produtos de padaria.

É uma combinação de fatores que tem apoiado a abertura de empresas do setor. Em primeiro lugar, observamos uma busca maior por alimentos frescos, locais e personalizados, especialmente após a pandemia, o que reaqueceu mercados de bairro e de proximidade, diz Jane Blandina da Costa, analista de Competitividade do Sebrae.

Outro motivo é a tradição cultural do consumo de pães e derivados no Brasil, que se mantém muito forte e estimula a entrada de novos negócios. Por fim, muitos empreendedores veem no setor de panificação uma oportunidade de negócio de baixo custo inicial relativo, com possibilidade de inovação (pães artesanais, fermentação natural, produtos sem glúten e sem lactose, entre outros), o que torna o segmento bastante atrativo”, completa.

De acordo com o levantamento, 86% desses pequenos negócios são microempreendedores individuais (MEI), seguido pelas microempresas (11,6%) e empresas de pequeno porte (2,14%). Em comparação a 2024, considerando o mesmo período entre janeiro e abril, o crescimento na abertura de empresas do setor foi de 17,3% (no ano passado haviam sido registrados 22,5 mil novos pequenos negócios).

O otimismo do setor também se traduz em faturamento. Isto porque em todo o ano passado, a panificação movimentou R$ 153,3 bilhões – um aumento de 10,9% em relação ao ano anterior, segundo o Instituto de Desenvolvimento das Empresas de Alimentação (Ideal). Os indicadores também indicam que as padarias foram responsáveis pela geração de mais de 1 milhão de empregos diretos. Além disso, estima-se que mais de 47 milhões de pessoas (22,1% da população) passam pelas padarias diariamente.

“O sucesso nesse setor depende também de um olhar atento à experiência do cliente: ambiente acolhedor, atendimento cordial e produtos de qualidade fazem toda a diferença para transformar uma compra cotidiana em um hábito de consumo fiel”, ressalta Jane Blandina.

Dicas para continuar faturando

1. Diversificação de produtos e serviços

Ampliar o portfólio é essencial. Oferecer produtos diferenciados, como linhas integrais, veganas, sem glúten, fermentação natural, cafés especiais e lanches prontos para consumo pode atrair diferentes perfis de clientes e aumentar o tíquete médio.

2. Fortalecimento da presença digital

Mesmo um negócio de bairro precisa estar no digital. Redes sociais bem trabalhadas, presença em aplicativos de entrega e campanhas locais online ajudam a atrair e fidelizar clientes, especialmente oferecendo promoções e programas de fidelidade.

3. Gestão financeira rigorosa

É imprescindível ter controle de custos e margem de lucro. Utilizar ferramentas simples de gestão (como planilhas ou aplicativos gratuitos) para acompanhar entradas e saídas, calcular corretamente os preços de venda e planejar compras para evitar desperdícios são práticas que garantem saúde financeira e capacidade de investir no crescimento.

Convênio

Em novembro do ano passado, Sebrae e Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip) assinaram convênio com o objetivo de fomentar o desenvolvimento do segmento de panificação e confeitaria, por meio de ações de desenvolvimento digital, de competitividade e de produtividade do mercado. O investimento é de R$ 5,9 milhões em dois anos.

Entre os principais objetivos do convênio, estão: reduzir em 5% o consumo de energia dessas empresas; aumentar em 30% o nível de qualidade do pão francês; promover o ganho de 7% na produtividade dos empreendedores participantes; e tornar 80% dos negócios atendidos aptos do ponto de vista documental.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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