Mega ataque hacker ao sistema PIX acende alerta sobre falhas humanas e gestão de credenciais

Mega ataque hacker ao sistema PIX acende alerta sobre falhas humanas e gestão de credenciais

Caso C&M Software evidencia que tecnologia sem estratégia é insuficiente para proteger dados críticos

O recente ataque cibernético à C&M Software, que teria desviado cerca de R$ 1 bilhão por meio de fraudes no sistema Pix, levantou sérias discussões no setor de tecnologia. Embora a operação envolva um dos sistemas mais sofisticados de pagamentos do país, o golpe expôs uma vulnerabilidade crítica: a falha no gerenciamento de senhas e no controle de acesso por parte de uma empresa terceirizada.

O caso evidenciou que investir em soluções tecnológicas de ponta, por si só, não garante segurança, especialmente quando não há uma governança robusta sobre os processos e pessoas envolvidas. Segundo investigações preliminares, os criminosos ofereceram apenas R$ 5 mil a um colaborador terceirizado para obter credenciais que lhes deram acesso a milhões de transações.

Esse episódio acende um sinal de alerta não apenas para instituições financeiras, mas para toda a cadeia de prestadores de serviços de TI, especialmente os MSPs (Managed Service Providers).

“Terceirizar funções críticas exige não apenas eficiência operacional, mas uma arquitetura de segurança que antecipe riscos humanos. O acesso privilegiado deve ser segmentado, auditado e protegido com múltiplas camadas de controle”, explica Brunno Busanelli, diretor de Serviços da ADDEE, empresa que atua há 11 anos no fornecimento de soluções de gerenciamento, monitoramento, proteção de dados e segurança para prestadores de Serviços de TI.

A maturidade operacional passa, necessariamente, pela gestão segura de credenciais. Soluções modernas como cofres de senhas, autenticação multifator (MFA) e políticas de rotação periódica são hoje essenciais e não mais diferenciais.

Além da gestão de acessos, o caso reforça a urgência de estratégias de segurança baseadas em camadas e inteligência. “O que vemos hoje é que antivírus tradicionais já não são suficientes. Soluções como EDR, XDR e MDR vêm se tornando indispensáveis para detectar comportamentos anômalos e responder rapidamente a incidentes. O tempo de resposta define o impacto”, completa Busanelli.

Para o especialista, o caso é um chamado à responsabilidade coletiva.

“Não se trata de saber se uma empresa será atacada, mas quando. O diferencial está em como ela se prepara e responde, protegendo não só seus ativos, mas a continuidade do negócio dos seus clientes”, afirma Busanelli.

A expectativa é que o incidente acelere investimentos em auditorias de fornecedores, segmentação de acesso, educação em segurança digital e na adoção de tecnologias integradas, pilares para um modelo de prestação de serviços de TI mais resiliente e confiável.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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