Estagnação atinge 73% das micro e pequenas empresas brasileiras

Estagnação atinge 73% das micro e pequenas empresas brasileiras

Especialista propõe cinco pilares para retomar o crescimento

Faturamento estagnado, equipes desmotivadas, processos desorganizados e ausência de metas claras. Esse é o retrato de 73% das micro e pequenas empresas brasileiras que, segundo dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), não conseguiram crescer no primeiro trimestre de 2024. A estagnação, segundo a psicóloga e empresária Fernanda Tochetto (foto), fundadora do Tittanium Club, tornou-se um “gargalo silencioso” que impede o avanço dos negócios, mesmo entre profissionais experientes.

Apesar do esforço diário e da dedicação constante, muitos empreendedores seguem em ritmo acelerado sem perceber que o negócio deixou de avançar. Para Fernanda esse é um dos sinais mais preocupantes da estagnação empresarial, um processo que, segundo ela, costuma se instalar de forma silenciosa e prolongada. “O maior erro do empresário é normalizar a estagnação. Operar no limite e confundir rotina intensa com progresso real cria uma ilusão de movimento, quando, na verdade, o negócio está parado”, afirma Tochetto, que atua há mais de 24 anos com estratégias de performance e educação empresarial.

O alerta se intensifica diante do cenário macroeconômico. O Boletim Focus do Banco Central, divulgado em maio, projeta crescimento de apenas 2,05% para o PIB em 2025 e uma inflação de 3,64%. “Em um ambiente de retração no consumo e dificuldades no acesso ao crédito, esperar que o negócio cresça espontaneamente é abrir mão da estratégia”, diz Tochetto.

Metodologia

A metodologia desenvolvida por Tochetto propõe cinco pilares para romper o ciclo da estagnação que são mentalidade, performance, autoridade, vendas e conexões estratégicas. “Não é só sobre aprender mais. É sobre decidir, executar e criar uma rotina produtiva baseada em objetivos reais”, explica a psicóloga.

Segundo ela, os principais sinais de estagnação são muitas vezes ignorados por hábito ou medo de mudança, queda ou paralisação do faturamento, perda de oportunidades comerciais, ausência de metas, rotatividade da equipe, falta de posicionamento de marca e processos desestruturados.

“É comum o empresário travar por medo de mudar o que sempre fez. Mas o que trouxe até aqui não é o que vai levar ao próximo nível”, alerta a especialista.

Com o avanço do digital, construir autoridade passou a ser decisivo para a geração de oportunidades. “A autoridade não é sobre ter seguidores. É sobre ter credibilidade, gerar impacto e estar posicionado como referência”, afirma. Segundo o Edelman Trust Barometer 2024, 68% dos brasileiros confiam mais em líderes com reputação consolidada do que nas marcas que representam.

Networking estruturado

Tochetto também ressalta o papel do networking estruturado como impulsionador de crescimento. Levantamento do LinkedIn indica que 85% dos profissionais conquistam novas oportunidades por meio de conexões estratégicas. “A conexão certa acelera resultados. Negócios bem-sucedidos não se constroem sozinhos”, afirma a empresária.

Para a fundadora do Tittanium Club, dominar o processo comercial é fundamental. “Empresários que ainda improvisam na hora da venda estão perdendo dinheiro sem perceber. Vender é resolver um problema, não convencer alguém a comprar”, diz. O método desenvolvido por ela inclui metas diárias, scripts de valor e fidelização com foco em propósito.

A transformação, segundo Tochetto, começa com decisões irreversíveis. “É preciso agir como adulto no comando do próprio negócio. Isso inclui romper com crenças limitantes e ter clareza sobre o que se quer construir.” Ela aplica técnicas como a metodologia 4D e o mapeamento comportamental com DISC para alinhar decisões emocionais às metas empresariais.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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