Quantidade de domicílios alugados aumenta em 5,6 milhões de 2016 para 2024

No ano passado, 23% dos domicílios brasileiros eram alugados e 61% próprios
Em 2024, do total de domicílios do país, 23,0% eram alugados. O número de domicílios alugados passou de 12,3 milhões, em 2016, para 17,8 milhões, em 2024, um aumento de 45,4% (5,6 milhões a mais). Quase metade (2,6 milhões) dessa variação no total de domicílios alugados aconteceu de 2022 para 2024. Na comparação com 2023, o crescimento foi de 5,3% (896 mil domicílios), e de 2022 para 2023, de 11% (1,7 milhão).
As informações são do módulo Características Gerais dos Domicílios e Moradores da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (22), pelo IBGE. Essa é a primeira divulgação anual após a reponderação dos dados com base no Censo 2022.
A maior parte dos domicílios, 61,6% (47,7 milhões), eram próprios já pagos, e 6,0% (4,7 milhões) eram próprios, porém ainda pagando. De 2016 para 2024, houve uma contínua redução de domicílios próprios, principalmente entre os já pagos (66,8% em 2016).
“Essa redução de 5,2 pontos percentuais ao longo dos anos em domicílios próprios, combinada ao aumento de domicílios alugados, indica uma concentração de riqueza nesse período. Se não se criam oportunidades para a população adquirir o seu imóvel, as pessoas precisam partir para o aluguel. Ao passo que temos também na economia um processo muito longo de inflação e salário reduzidos, o que cria mais dificuldades para as pessoas alavancarem seu patrimônio”, avalia o analista da pesquisa, William Kratochwill.
Norte (70,0%) e Nordeste (69,6%) registraram as maiores estimativas de domicílios próprios já pagos em 2024, mesmo com redução desde 2016, quando eram 74,2% e 73,1%, respectivamente. Centro-Oeste (30,8%), Sudeste (25,4%) e Sul (23,0%) apresentaram os maiores percentuais de domicílios alugados. No Centro-Oeste, destaque também aos imóveis cedidos, que representavam 10,7% dos domicílios da região.
Quase metade dos domicílios têm automóvel
O estudop do IBGE apontou que no país, quase a metade (48,8%) dos domicílios possuem automóvel; 25,7%, motocicleta; e 13,4%, ambos. O Sul apresenta o maior percentual de posse de automóvel (69%). Já Nordeste e Norte têm as menores proporções desse bem (28,8% e 29,7%, respectivamente), sendo as únicas regiões onde a posse de motocicleta (37,9% e 33,5%, respectivamente) superou a de automóveis. Já o Sudeste tem a menor proporção de domicílios onde havia motocicleta (19,4%), enquanto o Centro-Oeste tem maior percentual de lares com posse de ambos os bens (18,7%).
A PNAD Contínua revela também que 98,3% dos domicílios possuem geladeira, percentual que variou entre 93,9%, no Norte, e 99,4%, no Sul. Com cobertura bem abaixo, a máquina de lavar roupa está presente em 70,4% dos domicílios, com diferenças regionais acentuadas: Nordeste (40,5%) e Norte (55,4%) apresentam os menores percentuais, enquanto Sul (90,0%), Sudeste (82,3%) e Centro-Oeste (81,5%), os maiores.
Distribuição de energia elétrica chega quase à totalidade das moradias
O acesso à energia elétrica chegava a 99,8% das 77,3 milhões de moradias do país em 2024, seja via rede geral, seja via fonte alternativa. Esse elevado percentual variou de 99,4% na Região Norte, chegando a 99,7% no Nordeste, e 99,9% no Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
A energia elétrica é proveniente da rede geral em 99,3% do total de domicílios, sendo que 98,4% têm disponibilidade em tempo integral. Entre as grandes regiões, a proporção de moradias com energia em tempo integral é de 98,6% no Sudeste; 98,5% no Sul; 98,4% no Nordeste; 98,1% no Centro-Oeste; e 97,8% no Norte.
Domicílios em área urbana e rural também tem elevada cobertura de energia elétrica, respectivamente, 99,9% e 99,2%. No entanto, o percentual de residências rurais que dispõem de energia proveniente de rede geral era mais baixo (97,4%), notadamente no Norte (85,2%). Nessa região, considerando-se a rede geral e fontes alternativas, 97,1% dos domicílios rurais tinham acesso à energia elétrica, o que revela a importância de fontes alternativas como única fonte desse serviço para a população nessas localidades.
Casas com parede de alvenaria ou taipa revestida cresce 2% em um ano
Do total de domicílios do país em 2024, 89,3% (69 milhões) possuem paredes externas de alvenaria/taipa com revestimento. Esse contingente representa uma alta de 2,0% em relação a 2023 e de 17,4% frente a 2016, crescimento maior que o do número de domicílios no país, que foi de 15,9%.
Essa proporção variou de 71,2%, no Norte, a 94%, no Sudeste. A Região Sudeste apresentou queda na proporção de domicílios nessa categoria, passando de 95,2% para 94%.