Quais os impactos da condenação de Bolsonaro para o mercado financeiro?

Quais os impactos da condenação de Bolsonaro para o mercado financeiro?
Monica Araújo, economista chefe da InvestSmart XP.

Para o mercado financeiro o que importa são os desdobramentos da situação

A Primeira Turma do STF condenou nesta quinta-feira (11) o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por uma série de crimes. Como consequência, o ex-presidente pode ficar inelegível até 2062. Apesar de todos os caminhos para recorrer do processo junto ao próprio STF, para o mercado financeiro o que importa são os desdobramentos em algumas frentes consideradas mais importantes, como as novas sanções do governo americano, atividade no Congresso Nacional, e, por fim, eleição geral em 2026.

Segundo análise da economista chefe da InvestSmart XP, Monica Araújo,  a primeira frente, relacionada a novas sanções vindas do governo americano, diante das declarações dadas nesta quinta-feira (11) por representantes próximos ao Presidente Trump após o anúncio da condenação do ex-presidente, é possível que tenhamos novos eventos. Porém, na  sua opinião,  quais serão as novas sanções e a magnitude é impossível avaliar nesse momento. “Se estiverem na mesma direção das adotadas até o momento é possível que vejamos a aplicação da Lei Magnitsky sobre novos nomes do judiciário brasileiro e seus familiares. Porém, não se pode descartar uma ampliação da lista para novos grupos representativos dos poderes brasileiros. Já sobre novas tarifas, o Brasil já está com a maior alíquota sobre produtos exportados para os EUA, 50%, o que inviabiliza a continuidade do comércio dos produtos taxados. Portanto, mesmo que as tarifas sejam majoradas não haveria impacto”, ressalta.

A economista chefe considera que as novas sanções poderão vir não somente pela questão política, mas também pela pressão que o governo americano vem fazendo para países que adquirem petróleo e derivados da Rússia, numa forma de pressionar esse país para uma negociação de paz com a Ucrânia.

A segunda frente que teremos que acompanhar é a atividade no Congresso Nacional, dado que temos vários projetos importantes para o país que precisam de análise e votação para avançarem e serem implementados. Monica Araújo destaca em especial os projetos complementares da reforma tributária, os projetos ligados a reforma do Imposto de Renda, entre outras.

“Caso tenhamos alguma paralisação do Congresso Nacional em função do foco para uma possível revisão do processo do ex-presidente, essa paralisação pode trazer impacto relevante para pautas nacionais importantes”. alerta.

A economista chefe da InvestSmart XP afirma que o impacto para a eleição geral de 2026 é a aceleração das conversas e negociações para as opções de chapa da direita. “Se as eleições do próximo ano já estão sendo consideradas de alguma forma no mercado financeiro, agora ganham um incremento a mais para especular sobre combinações de chapas, acompanhamento das pesquisas de avaliação e o posicionamento dos partidos sobre a questão. Porém aqui podemos ter um impacto positivo, pois a condenação do ex-presidente pode afastar uma candidatura de perfil extremista e aglutinar forças mais ao centro”.

Diante dessas frentes, Monica Araújo destaca que é importante acompanhar alguns dados relevantes para avaliar o impacto na economia real e a avaliação do mercado financeiro. “Nesse aspecto destacamos: os recursos vindos dos EUA para investimento direto no Brasil, lembrando que o pais é o nosso principal investidor de longo prazo; a participação do investidor estrangeiro nos mercados brasileiros (ações, câmbio e renda fixa) e, por fim, a relação do mercado corporativo americano junto as empresas e aos consumidores brasileiros. Diante da falta de diálogo da diplomacia brasileira com o governo Trump, resta a manutenção e ampliação de uma relação comercial justa entre as empresas dos dois países”.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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