Como construir confiança entre líderes e liderados: da prática à comunhão

Como construir confiança entre líderes e liderados: da prática à comunhão
Team of business people stacking hands

Especialistas em cultura organizacional sinalizam a existência de dois caminhos para essa construção

A confiança é um dos pilares mais importantes em qualquer ambiente de trabalho. Sem ela, não há engajamento, colaboração nem desenvolvimento sustentável das equipes. Mas afinal, o que significa confiar em um líder ou em um liderado?

Muitas vezes, essa ideia é reduzida a algo como “eu confio que ele vai fazer a coisa certa” ou “confio que entregará essa tarefa com qualidade”. Essa é, no entanto, apenas a superfície de um tema muito mais profundo.

Segundo os especialistas em cultura organizacional Pedro Ivo Moraes e Rodrigo Suzuki, autores do livro “Seja a liderança que poucos têm a coragem de ser”, publicado pela DVS Editora, existem dois tipos de confiança que marcam a relação entre líderes e liderados.

A confiança prática, que é mais comum e baseada em trocas, e a confiança pela comunhão, que nasce da intimidade, da conexão humana e do desejo genuíno de construir algo em conjunto.

Entender a diferença entre elas é essencial para líderes que desejam fortalecer suas equipes e para empresas que buscam criar culturas organizacionais saudáveis.

A confiança prática: necessária, mas limitada

confiança prática, explicam Moares e Suzuki, é a mais presente nas organizações. Ela se estabelece quando um líder acredita que seu liderado tem as habilidades, competências e comportamentos necessários para executar determinada tarefa.

Essa é a confiança baseada em fatos, dados e desempenho, construída ao longo da relação e constantemente posta à prova.

Embora seja importante para garantir entregas consistentes, essa forma de confiança pode gerar um ambiente de pressão contínua. Afinal, o colaborador precisa provar o tempo todo seu valor e competência.

Esse tipo de confiança segue a lógica do “eu confio porque você me provou que sabe fazer”, o que muitas vezes reduz a pessoa à sua utilidade. Segundo os especialistas, apesar de funcional, a confiança prática não é suficiente para criar times verdadeiramente engajados.

A confiança pela comunhão: o próximo nível da liderança

Diferente da lógica da troca, a confiança pela comunhão nasce da qualidade da relação entre líder e liderado. Nesse modelo, a confiança não depende de provas constantes, mas sim de intimidade, afeto, vulnerabilidade e cumplicidade.

“O liderado faz o que precisa ser feito não apenas porque domina a tarefa, mas porque reconhece o valor do líder e deseja construir algo significativo junto a ele”, definem Moraes e Suzuki.

Esse tipo de confiança é mais duradouro e difícil de ser quebrado, pois se baseia em vínculos genuínos. Ela cria um círculo virtuoso: quanto mais confiança existe, mais natural se torna a dedicação e a entrega.

Nesse ambiente, os indivíduos são reconhecidos não apenas como profissionais úteis, mas como pessoas integrais, aceitas por quem são.

Por que a confiança pela comunhão é o futuro da liderança

No cenário atual, marcado por mudanças rápidas, equipes diversas e demandas emocionais cada vez maiores, líderes que se apoiam apenas na confiança prática ficam em desvantagem.

“A confiança pela comunhão é o que permite formar times resilientes, criativos e comprometidos de verdade”, pontuam os autores. “Ela promove segurança psicológica, reduz o medo de errar, aumenta a inovação e gera relações de longo prazo dentro das organizações”, complementam.

Para Moraes e Suzuki, líderes que desejam se destacar precisam ir além das competências técnicas e adotar uma postura mais humana, baseada no respeito, na escuta genuína e na construção de vínculos sólidos.

“Esse é o caminho para transformar a relação com os liderados e criar equipes que confiam não só no que o profissional faz, mas em quem ele é”, destacam.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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