Consórcio imobiliário cresce 294% em seis anos e já representa quase 25% dos financiamentos de imóveis

Consórcio imobiliário cresce 294% em seis anos e já representa quase 25% dos financiamentos de imóveis

Com R$ 170 bilhões em créditos comercializados e 2,5 milhões de participantes, segmento se destaca por não cobrar juros em um cenário de crédito escasso e taxas elevadas

O consórcio de imóveis vive um dos momentos mais expressivos da sua história no Brasil. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), as vendas de cotas cresceram 294% entre 2020 e 2025.

Na somatória de janeiro a agosto, as vendas subiram de 206,92 mil cotas, em 2020, para 815,06 mil, neste ano. O número de participantes ativos chegou a 2,5 milhões em agosto de 2025, alta de 152,9% em seis anos.

“O consórcio deixou de ser apenas uma alternativa à compra financiada. Ele é, hoje, uma ferramenta de investimento, educação financeira e patrimônio familiar”, analisa Pindaro Sousa, Head da Bamaq Consórcio, administradora de consórcios no Brasil há mais de 30 anos e membro da ABAC.

Entre janeiro e agosto de 2025, o volume de créditos comercializados somou R$ 170,09 bilhões, crescimento de 35,8% em relação ao mesmo período de 2024. As contemplações — quando o consorciado adquire efetivamente o imóvel — aumentaram 32,7%, com R$ 19,37 bilhões em créditos liberados, avanço de 46,1%.

Os números da pesquisa também reforçam a renovação do público: 36% dos consorciados têm entre 18 e 30 anos, o que demonstra que a modalidade tem atraído uma nova geração preocupada com planejamento financeiro.

Crescimento em todas as regiões do país

O levantamento da ABAC mostra que o avanço do consórcio imobiliário ocorre de forma consistente em todas as regiões brasileiras. O Sudeste lidera o volume de participantes e créditos concedidos, concentrando cerca de 43% do total nacional, impulsionado por capitais como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

O Nordeste aparece em segundo lugar, com aproximadamente 25% das novas adesões, destacando estados como Bahia e Pernambuco, onde o consórcio tem se mostrado alternativa importante à moradia financiada. O Sul vem logo em seguida, com 18% das cotas vendidas, impulsionado pelo perfil planejador dos consumidores e pelo uso do consórcio como investimento patrimonial.

Já o Centro-Oeste, com 8% de participação, e o Norte, com 6%, apresentam forte ritmo de expansão — especialmente em cidades médias e polos agroindustriais, onde o crescimento da renda tem ampliado o acesso à modalidade.

“O crescimento é nacional. Em todas as regiões há novos perfis de consorciados, desde jovens de 25 a 35 anos até investidores que veem o consórcio como uma forma inteligente de diversificação”, afirma o Head da Bamaq Consórcio, que inclusive foi escolhida recentemente para administrar o consórcio da QuintoAndar, a maior plataforma de moradia da América Latina, responsável por movimentar somente no Brasil, nos primeiros seis meses deste ano, R$ 1 bilhão por meio de seu marketplace.

A presença do consórcio nas vendas financiadas

Os dados de imóveis financiados, fornecidos pela ABECIP – Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, somados às contemplações do Sistema de Consórcios, mostram que a presença destas últimas tem avançado gradativamente, ampliando a somatória de vendas imobiliárias financiadas.

Ao considerar o total acumulado nos sete primeiros meses do ano, as contemplações representaram possíveis 24,3% de participação no total de 327,17 mil imóveis financiados, incluindo recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) e dos consórcios, potencialmente um imóvel a cada quatro comercializados. No ano passado, a presença era de 17,8%, 6,7 pontos percentuais menores, um imóvel a cada cinco vendidos.

Além disso, o uso do FGTS pelos consorciados vem reforçando o acesso democrático ao sistema: apenas neste ano, foram R$ 228,7 milhões liberados para quase 2,8 mil trabalhadores, totalizando R$ 1,24 bilhão desde 2020.

Vale lembrar que o consorciado pode utilizar o saldo do FGTS em diferentes momentos do processo (na oferta de lance, na amortização ou na quitação de parcelas, por exemplo), desde que cumpra certos requisitos, como investir em imóvel urbano e destinado à moradia, entre outros.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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