Geração Z e profissionais de alta renda lideram busca por salários em dólar e euro no Brasil

Geração Z e profissionais de alta renda lideram busca por salários em dólar e euro no Brasil

Jovens e trabalhadores com maior poder aquisitivo são os mais propensos a buscar proteção em moedas fortes

Uma pesquisa recente sobre as expectativas salariais e a percepção econômica dos trabalhadores brasileiros, conduzida pela consultoria Opinaia a pedido da Deel, a plataforma líder em RH e folha de pagamento global, revela uma clara tendência de busca por moedas mais fortes, impulsionada principalmente por grupos demográficos específicos. O estudo “Tendências e preferências para pagamentos em moeda no Brasil”, realizado com 1.000 pessoas, aponta que 66% dos trabalhadores brasileiros duvidam ou não confiam na estabilidade do Real, e essa desconfiança se traduz em uma ação proativa de jovens e profissionais de alta renda.

A pesquisa destaca que a preferência por moedas mais fortes se acentua significativamente em determinados grupos. Os homens (48%) demonstram uma preferência 5 pontos percentuais maior que as mulheres por receber parte ou a totalidade dos seus salários em moeda estrangeira. Essa tendência é ainda mais forte entre os mais jovens, com 47% das pessoas entre 20 e 29 anos preferindo receber em moeda estrangeira. Da mesma forma, a busca por moedas mais fortes cresce com a renda: 45% dos trabalhadores com salários mais altos preferem pagamentos em moedas estrangeiras, em comparação com 34% dos que recebem salários mais baixos.

Futuro

Essa proatividade de jovens e profissionais de maior renda reflete uma projeção para o futuro. Embora atualmente 58% dos brasileiros prefiram receber seus salários em Reais, esse número cai drasticamente para 38% quando a pergunta se refere a uma preferência para os próximos cinco anos. Em contraste, a preferência por moedas como o dólar ou o euro salta de 22% atualmente para 28% em cinco anos, enquanto a preferência por um modelo de remuneração mista (parte em Real e parte em moeda estrangeira) cresce de 21% para 35%. Esses dados indicam que os grupos demográficos mais engajados e com maior poder aquisitivo estão liderando essa mudança de mentalidade.

A inflação é o principal fator por trás dessa reavaliação, sendo a razão mais citada para reconsiderar a moeda de pagamento a perda de poder de compra. Mesmo entre aqueles que preferem ser pagos inteiramente em Reais, a principal razão é a praticidade do dia a dia, e não a confiança na solidez da moeda. Este cenário demonstra um movimento de mercado no qual os trabalhadores, especialmente os mais jovens e com maior renda, estão reavaliando o que consideram uma compensação justa e segura, priorizando moedas fortes para proteger seu poder de compra a longo prazo.

Pesquisa

O levantamento “Tendências nas Expectativas Salariais de Trabalhadores Brasileiros” foi conduzido pela Opinaia com uma amostra de 1.000 pessoas, entre 20 e 50 anos, que trabalham no setor privado ou de forma independente no Brasil. O estudo, realizado online, apresenta uma visão parcial das expectativas e preferências do mercado de trabalho brasileiro.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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